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Rompimento de barragem em Sairé inunda casas em Barra de Guabiraba, no agreste de Pernambuco

Nas últimas 48 horas, choveu tudo o que era previsto para o mês de junho inteiro no município

Por Pedro Jordão
Atualização:

RECIFE – Na tarde desta segunda-feira, 15, a barragem Guilherme Pontes, que fica na zona rural de Sairé, no Agreste pernambucano, se rompeu e invadiu a cidade de Barra de Guabiraba, a pouco mais de 114 km do Recife. O rompimento se deu pelo aumento do volume de água, causado pelas fortes chuvas que atingem o Estado. A estrutura represava o Rio Sirinhaém, que corta diversas cidades da região. De acordo com a Defesa Civil, há registros de alagamentos em vários municípios do Agreste e também da Zona da Mata, sendo dez deslizamentos de barragem e oito famílias desabrigadas, mas nenhuma vítima fatal.

“Tem duas pontes que separam uma parte da cidade da outra. Uma das pontes já está debaixo d’água, a outra, que é um pouco mais alta, já está quase coberta, na iminência”, relata Maria Daniela Mendonça, que mora em Barra de Guabiraba e já enfrentou outras quatro enchentes antes desta (2010, 2011, 2014 e 2017). “A cidade tá um caos. O menos ruim deste ano é que a cheia começou de manhã cedo, aí deu tempo do pessoal tirar as coisas de dentro de casa, tirar gente, mas ainda assim temos que carregar gente pra cima e pra baixo. Agora tá todo o mundo em alerta, porque, se chover de madrugada, a cidade vai ficar realmente muito alagada”, continuou. 

Rompimento de barragem em Sairé inunda casas em Barra de Guabiraba, no agreste de Pernambuco Foto: Divulgação/Prefeitura de Sairé

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De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, por meio da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), nas últimas 48 horas o município de Sairé, que fica cerca de 7 km de Barra de Guabiraba, registrou um volume acumulado de chuvas de 112mm, 100% do volume total esperado para o mês de junho. A previsão para a região agreste para esta terça-feira, 16, é de tempo parcialmente nublado com pancadas de chuva de forma isolada no período da tarde e noite com intensidade fraca a moderada.

“Choveu muito o ano todo na região, então os rios estão todos cheios. E, com as últimas chuvas, começou a romper barragem e foi como num efeito dominó. Tem muita gente desabrigada já, uma parte da cidade está ilhada, mas o pior não veio ainda, as casas ainda não estão cobertas, como em 2010”, disse Daniela. 

Ela ainda ressalta a dificuldade da população em manter as recomendações de saúde da pandemia da covid-19 neste momento: “a gente nem pensa nessas outras coisas na hora, vi aglomeração, fila de carro, o povo sem máscara, um junto do outro, olhando a água subindo na ponte”. 

De acordo com a Defesa Civil de Pernambuco, os municípios que foram atingidos com os maiores volumes de chuva nas últimas 24 horas estão sendo acompanhados. A partir da central de atendimento da instituição, foram registrados até agora dez deslizamentos de barreiras e oito famílias desalojadas, todos no município de Rio Formoso. Nas demais cidades ainda não há registros oficiais.

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