Roubado sino do 1º templo de SP

Capela foi reinaugurada em junho

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Por Vitor Hugo Brandalise
Atualização:

Menos de um mês após sua reinauguração, a Capela de São Miguel Arcanjo, em São Miguel Paulista, teve parte do patrimônio furtada - na madrugada do dia 13, um domingo, um ou dois ladrões escalaram as paredes de taipa de pilão, percorreram o telhado deixando três telhas quebradas, entraram na capela por uma varanda e saíram carregando um sino de cobre de 25 quilos. Na fuga, quebraram um dos tapumes que separam a capela da praça ao lado. Aos policiais, o vigia noturno disse que não viu nem ouviu nada. A capela - primeiro templo de São Paulo, erguido em taipa de pilão em 1560 e, depois, reerguido em 1622 - foi reinaugurada em 15 de junho, após reforma por três anos que custou R$ 3 milhões. "Ninguém esperava. É triste ver uma idéia antiga da comunidade virar realidade e depois ser depredada", diz Alexandre Galvão, secretário da Associação Beato José de Anchieta, responsável pelo capela. A segurança é responsabilidade da empresa Concrejato, que executa a reforma. São quatro vigias em turnos de 12 horas cada um. Não há câmeras nem sensores. O outro sino foi retirado por segurança. O ladrão deixou marcas de mãos e pés nas paredes e um buraco no gramado, onde jogou o sino. A suspeita era de que o sino tivesse sido vendido para um ferro-velho - a R$ 12 o quilo, sairia por R$ 300. A capela foi um dos primeiros bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 21 de outubro de 1938 - o sino roubado, de 1954, não consta do tombamento. "Mas traz preocupação. Ladrões invadem o patrimônio e saem levando o sino sem que ninguém diga nada", diz o superintendente do Iphan em São Paulo, Victor Hugo Mori. Haverá uma reunião para discutir o furto. A segurança será reforçada na nova etapa da reforma, que prevê a criação de um museu de arte sacra. Isso, porém, não deve ocorrer até o final do ano: dos R$ 2 milhões necessários, só R$ 860 mil já foram captados.

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