PUBLICIDADE

Roubos a banco na capital crescem 41% no trimestre

Região Metropolitana registrou dois assaltos em poucas horas; agências têm reforçado segurança

Por Renato Machado
Atualização:

A cidade de São Paulo assistiu a uma explosão de ocorrências de roubos a banco no terceiro trimestre deste ano. Entre julho e setembro, a Secretaria da Segurança Pública registrou 41 casos somente na capital - número 41% superior ao verificado no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 29 assaltos a banco. Embora em proporções menores, os números indicam também alta de 5% em todo o Estado de São Paulo - saltando de 58 casos, em 2007, para 61, neste ano. Apesar de o início do ano ter sido mais calmo e sem tantos registros de roubos a bancos, dados da Secretaria mostram que, a partir de abril, as ocorrências aumentaram. Entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem, duas agências - uma no Parque Novo Mundo, na zona norte, e outra em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, foram assaltadas. O aumento no número de ocorrências está obrigando os bancos a fazerem grandes investimentos em segurança. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) estima que os gastos para este ano sejam de R$ 7,5 bilhões. Há cinco anos, os recursos destinados para a segurança eram menos da metade desse valor, R$ 3 bilhões. "Estamos aumentando os investimentos ano a ano. Para não ficar atrás dos criminosos, os bancos precisam cada vez mais investir em tecnologia", disse o diretor de Segurança da Febraban, Pedro Oscar Viotto. A Febraban diz que a maior parte dos investimentos é destinada para a aquisição de sistemas de segurança eletrônicos, principalmente de travamento de portas. Os cofres são reforçados com novos tipos de aço. Para evitar que os clientes sejam alvos, alguns bancos começam a adotar sistemas biométricos, no qual a leitura é feita por meio da palma da mão. A Febraban também afirma que os gastos com empresas terceirizadas de segurança armada cresce anualmente. Além disso, Viotto diz que a federação está realizando ações conjuntas com as Polícias Militar e Civil para desbaratar quadrilhas. Segundo delegado-titular da Divisão de Repressão a Roubos a Bancos do Deic Ruy Ferraz Fontes, a morte de Carlos Alberto da Silva, o Balengo, de 30 anos, do Primeiro Comando da Capital (PCC), freou a audácia dos criminosos. "Os números de roubos a banco de qualidade caíram", afirmou o delegado. Balengo morreu no dia 8 de novembro ao entrar em confronto com a polícia após assalto a uma agência bancária em Guarulhos. NOVOS CASOS Em menos de quatro horas, criminosos invadiram duas agências bancárias, entre a noite de anteontem e noite de ontem, na Grande São Paulo. Uma delas, a Caixa Econômica Federal, no Parque Novo Mundo, zona norte, está localizada a cerca de 100 metros da 5ª Companhia do 5º Batalhão. Ninguém foi preso. Três bandidos invadiram a agência à 1 hora e arrombaram dois caixas eletrônicos. Eles não tiveram dificuldades para entrar no banco. Uma fita adesiva colada no trinco da porta impediu que ela se trancasse automaticamente às 22 horas. O bando colocou um banner com o logotipo da CEF em frente aos caixas eletrônicos, mas a chegada de um vigilante surpreendeu os assaltantes. "Eu estava parando a moto em frente à agência quando dois assaltantes me renderam. Havia mais um bandido junto. Eles já tinham feito o roubo e me mandaram esperar dez minutos", contou Edivaldo Freire, de 40 anos. A quadrilha fugiu em um Palio e também levou a moto do vigilante. Depois do tempo indicado, Freire foi até a base da PM pedir ajuda. Dois PMs no local disseram não ter visto movimentação na agência. MAÇARICO No assalto de anteontem à noite em São Bernardo do Campo, sete homens armados invadiram uma agência do Unibanco. Eles fizeram oito reféns - funcionários que faziam reforma e limpeza do prédio. O bando abriu dois cofres dos caixas eletrônicos, com a ajuda de um maçarico. A quantia levada pela quadrilha não foi divulgada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.