RS adota plano de contingência após dano em gasoduto em SC

Gás acumulado na rede é suficiente para 48 horas e não há previsão para reparo do gasoduto

PUBLICIDADE

Por Sandra Hahn e da Agência Estado
Atualização:

Um vazamento no gasoduto Bolívia-Brasil levou à suspensão do fornecimento de combustível na madrugada desta segunda-feira, 24. A suspensão atingiu o duto a partir da cidade de Gaspar, ao norte de Florianópolis (SC), e foi provocada pelas fortes chuvas que atingem Santa Catarina. Além de afetar a distribuição do combustível em Santa Catarina, o corte atinge também o Rio Grande do Sul, que depende exclusivamente do suprimento do gasoduto para abastecer 59 postos de gás natural veicular, 87 indústrias, 38 clientes comerciais e de serviços, 331 residências e duas unidades de co-geração. Entre os clientes estão quatro hospitais de Porto Alegre. Veja também: Sobe para 43 o número de vítimas das chuvas em Santa Catarina Paraná envia força-tarefa para ajudar vítimas da chuva em SC Santa Catarina deve ter chuva até quarta e situação é crítica Deslizamentos são fator mais dramático em SC, diz governador Chuva interdita estradas federais em Santa Catarina Chuvas interrompem abastecimento de gás em parte de SC Blog é criado para ajudar moradores afetados em Blumenau Temporais devem atingir 16 estados e o DF até 2ª feira    A Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) adotou um plano de contingência que prevê a redução ao mínimo possível do abastecimento aos dois principais consumidores, Braskem (Copesul) e Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), além de suspensão da entrega aos postos de gás veicular. As duas empresas consomem aproximadamente 750 mil metros cúbicos diários, de uma distribuição média de 1,4 milhão de metros cúbicos por dia, disse o diretor técnico e comercial da Sulgás, Flávio Soares de Soares. Por causa da contingência adotada, o fornecimento da Sulgás já havia caído para o equivalente a 600 mil metros cúbicos/dia antes das 11 horas desta segunda. O gás acumulado na rede é suficiente para até 48 horas de consumo, dependendo do ritmo de redução dos principais clientes. A Gerdau também está reduzindo seu consumo no Estado. O presidente da Sulgás, Antônio Gregório Goidanich, disse que ainda não há previsão para o reparo do gasoduto. As chuvas dificultam o acesso ao local do problema. As válvulas de bloqueio do gasoduto foram acionadas quando o vazamento foi detectado, explicou Soares, interrompendo o fornecimento. O abastecimento ao Rio Grande do Sul foi suspenso às 2 horas desta segunda. Goidanich considerou que o acidente reforça a necessidade de acelerar os estudos para a implantação de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) que a Petrobras pretende instalar na Região Sul. Rio Grande do Sul e Santa Catarina disputam o projeto, que representaria uma alternativa de fornecimento em caso de contingências. O Rio Grande do Sul também argumenta que a capacidade do gasoduto, de 2,2 milhões de metros cúbicos/dia, em breve estará esgotada e limitará a expansão do sistema.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.