Sabine Boghici e ‘videntes’ que roubaram idosa ficam na cadeia, decide Justiça

Em audiências de custódia, Justiça do Rio reconhece que prisões temporárias de suposta quadrilha que deu golpe de mais de R$ 720 milhões foram legais; defesas prometem recorrer

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Por Wilson Tosta
Atualização:

RIO - A Justiça do Rio manteve nesta sexta-feira, 12, a prisão temporária de quatro acusados de aplicar um golpe milionário contra uma idosa de 82 anos, viúva do colecionador de arte Jean Boghici, presos na Operação Sol Poente nesta semana. Um desses suspeitos é Sabine Coll Boghici, filha da vítima e apontada pela polícia como integrante do esquema e que permanecerá presa por decisão da juíza Ariadne Villela Lopes, da Central de Custódia de Benfica.

Justiça mantém prisão de Sabine Boghici, de 45 anos Foto: Reprodução/Facebook

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 Na decisão, a magistrada destacou que a prisão é legalmente válida e considerou que não há nos autos notícia de alteração da decisão de expedição do mandado cumprido pela Polícia Civil do Rio. Lembrou ainda que é vedado ao juízo da Central de Audiência reavaliar o mérito do despacho que decretou a prisão.

Rosa Stanesco Nicolau, que se apresenta como Mãe Valéria de Oxóssi, e Jacqueline Stanesco Gouveia – ambas se diziam videntes –, e o filho de Rosa, Gabriel Nicolau Traslavina Hafliger, também passaram por audiências de custódia distintas nesta sexta. Também tiveram suas prisões mantidas.

Na audiência, a defesa de Rosa informou que está reunindo documentação para pleitear a revogação da prisão temporária. A defesa de Jacqueline requereu a revogação da prisão Alegou que nada ilegal foi achado com sua cliente, assim como não estaria comprovado ovínculo dela com os demais presos na operação. O pedido foi indeferido pela juíza Mariana Tavares Shu, que presidiu essa audiência.

Policiais exibem "Sol Poente", um dos quadros recuperados. Foto: Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade

Segundo a polícia, Sabine e as falsas videntes se associaram para leva-la a fazer transferências que chegaram a R$ 5 milhões, a pretexto de pagar supostos “trabalhos espirituais”. Quando a vítima passou a se recusar a transferir dinheiro, seu patrimônio em obras de arte, com quadros de artistas como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral - , passou a ser roubado, enquanto a idosa ficava em cárcere privado

 Na operação da quarta, 10, parte dos quadros foi recuperada, em um apartamento em Ipanema, na zona sul carioca, onde estavam alguns acusados. Dois estão foragidos. Uma das obras que foram desviadas pela quadrilha é Sol Poente, de Tarsila do Amaral, avaliada em R$ 300 milhões. Ao todo, o golpe foi de mais de R$ 720 milhões.

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