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Saem vencedores do concurso para o novo Minhcão

Vencedora propõe um "novo elevado" com a colocação de estruturas metálicas sobre as pistas já existentes, onde seria criado um parque público com diversos tipos de brinquedos e mobiliário urbano

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma proposta para transformar o "Minhocão" em um parque elevado, com diversificação de usos nas laterais, mas mantendo-se a circulação de veículos nessa importante via da cidade. Basicamente, essa é a idéia vencedora do Prêmio Prestes Maia de Urbanismo, que a Prefeitura de São Paulo promoveu para encontrar fórmulas de melhorar a chamada "cicatriz urbana", a via elevada Presidente Arthur da Costa e Silva, aberta ao longo das avenidas São João e Amaral Gurgel, com 3,4 quilômetros de extensão. A autora do projeto vencedor é a arquiteta Juliana Corradini, cujo escritório de trabalho fica próximo ao "Minhocão", o que faz com que ela conviva com os problemas dele resultantes. Ela propõe um "novo elevado" com a colocação de estruturas metálicas sobre as pistas já existentes, onde seria criado um parque público com diversos tipos de brinquedos e mobiliário urbano. As pistas de rolamento dos veículos seriam fechadas com a estrutura metálica e proteção acústica, o que permitiria a circulação de veículos 24 horas por dia e todos os dias da semana. Nas laterais (junto a áreas livres), seriam construídas galerias, para abrigar cafés, lanchonetes, bancas de jornais e outras atividades, e para acesso ao parque, erguidos edifícios, com recursos obtidos com a Operação Urbana Centro. O trabalho vencedor foi escolhido pela unanimidade dos sete membros da Comissão de Avaliação, pela proposta de promover uma melhor convivência da cidade com o "Minhocão", "de uma forma exeqüível e a um custo relativamente baixo (R$ 86 milhões) e parcialmente sustentável (aluguel de espaços nas galerias e prédios)", informa o presidente da comissão, arquiteto Luiz Bloch, da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla), a coordenadora do Prêmio Prestes Maia. O anúncio dos trabalhos vencedores contou com a presença do prefeito Gilberto Kassab, que lembrou a importância dos projetos e idéias de Prestes Maia para a cidade de São Paulo, e dos secretários Francisco Luna (Planejamento), Orlando Almeida Filho (Habitação) e Mauro Machado Costa (Finanças). Em segundo lugar, ficou o trabalho do arquiteto Fernando Ventura Gutierrez, em terceiro, o do arquiteto Marcelo Alex Monacelli. Os prêmios, de R$ 50 mil, R$ 30 mil e R$ 20 mil serão entregues nos próximos dias, após o período de apresentação de recursos, conforme a lei. Houve também a concessão de quatro menções honrosas para os trabalhos apresentados pelos também arquitetos Lourenço Urbano Gimenez, Bruno Roberto Padovano, Leandro Rodolfo Schenck e Marcos Leite Rosa. A concessão do Prêmio Prestes Maia de Urbanismo passa para a Prefeitura a propriedade patrimonial dos trabalhos vencedores, conforme a lei, mas não obriga o governo municipal a executar o projeto vencedor. Um prêmio às idéias em prol da cidade O Prêmio Prestes Maia de Urbanismo foi instituído por meio da lei municipal nº12.443, de 27/08/1997, com proposta de ser outorgado quadrienalmente. Foi relançado, em 2006, pelo ex-prefeito José Serra para promover um debate aberto com o objetivo de se encontrar alternativas criativas e promover a reintegração da área da cidade onde se encontra instalada a via elevada Presidente Arthur da Costa e Silva ("Minhocão"), ou seja, desde a praça Franklin Roosevelt até a avenida Francisco Matarazzo, bem como a região adjacente. Na primeira e única edição, realizada em 1998, o projeto vencedor foi um plano de construção de piscinões na Bacia do Córrego Aricanduva, que procurava amenizar os problemas de enchentes naquela região. A Comissão de Avaliação dos 46 trabalhos habilitados no concurso levou em conta a criatividade, a adequação às condições existentes e o detalhamento dos meios de implantação, como aspectos econômicos e construtivos. O "Minhocão" possui 3,4 quilômetros de extensão. A Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) estima que aproximadamente 80 mil veículos circulam diariamente pela via. O tráfego de automóveis é proibido aos domingos e à noite, de 21h30 às 6h30, de segunda-feira a sábado. O concurso foi lançado dia 2 de fevereiro, com abrangência nacional e aberto a engenheiros civis e arquitetos em situação regular perante o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). A Comissão de Avaliação foi formada por sete profissionais de notório conhecimento na área de arquitetura, planejamento e engenharia urbana. Foram quatro representantes da Prefeitura: os arquitetos Eduardo de Assis Lefevre, Luiz Laurent Bloch, Aparecida Regina Lopes Monteiro e o engenheiro Roberto Salvador Scaringella; e três representantes de entidades: professor Alex Kenya Abiko, da Escola Politécnica da USP, arquiteta Regina Maria Prosperi Meyer, da FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e a engenheira Sonia Regina Cottas de Jesus Freitas, do Instituto de Engenharia. Os trabalhos foram avaliados desde o dia 17 de abril, no Palácio das Convenções do Anhembi. Foram considerados na decisão a criatividade, a adequação às condições existentes e o detalhamento dos meios de implantação, como os aspectos econômicos e construtivos. Todos os 46 trabalhos estão expostos ao público no saguão do Edifício Matarazzo, no Viaduto do Chá, sede da Prefeitura.

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