PUBLICIDADE

Safreiro é 2ª vítima do hantavírus em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois da morte por hantavirose de um cortador de cana de 19 anos, em Flórida Paulista, região de Marília, no mês passado, a Vigilância Epidemiológica Estadual vai encaminhar, na próxima semana, técnicos de São Paulo para capturar roedores e colher amostras de sangue de outros trabalhadores da usina de álcool onde trabalhava o cortador de cana, naquele município. A morte foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, e comunicada à Direção Regional de Saúde (DIR) de Marília na semana passada. A diretora técnica da Vigilância Epidemiológica da DIR de Marília, Akemi Fuonke, informou nesta quinta-feira que os 34 municípios sob sua jurisdição já foram alertados sobre a possibilidade de mais casos da doença. Ela encaminhou aos secretários de Saúde e a todos os hospitais das 34 cidades um histórico da hantavirose no Estado de São Paulo, os principais sintomas e as formas de prevenção. De 1993 até março de 2001, a hantavirose já fez 23 vítimas no Estado - dois dos quais somente neste ano, um na região de Ribeirão Preto e outro em Flórida Paulista. O cortador de cana que morreu depois de contrair a doença morava em Mariápolis, um município de 3,5 mil habitantes situado a cerca de 160 quilômetros de Marília. Ele foi internado na Santa Casa de Adamantina com sintomas da doença em 5 de março e morreu no mesmo dia. A princípio, a família suspeitou de uma gripe forte ou pneumonia, mas os exames de sangue constataram a verdadeira causa da morte. Segundo Akemi Fuonke, o quadro inicial da Síndrome Pulmonar por Hantavírus, que acometeu o cortador de cana, apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dores no corpo e vômito, evoluindo rapidamente para outros sintomas. A casa onde a vítima morava já foi vistoriada por uma equipe da Vigilância e não apresenta riscos, já que a doença é transmitida por roedores que habitam principalmente a zona rural. A forma de contaminação se dá por meio da inalação do vírus deixado na urina ou nas fezes dos roedores. Akemi explica que é comum os trabalhadores do campo descansarem após o almoço debaixo de árvores, ao ar livre, onde ficam expostos à poeira e ao vento que carregam o hantavírus. Por isso, além de evitar esses locais, também é importante que os trabalhadores usem luvas e máscaras.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.