Salvador oficializa o carnaval e Cláudia Leitte rouba a cena

Rei momo eleito pela internet recebeu chave da cidade e cantora fez a festa no circuito Barra-Ondina

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Por Tiago Décimo
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O relógio já avançava pela primeira noite do carnaval soteropolitano quando o prefeito João Henrique Carneiro e o governador baiano Jaques Wagner entregaram a chave da cidade para o rei momo, o cantor e compositor Gerônimo Santana Duarte, de 55 anos. Não foi um evento qualquer, até pelo peso - cultural e físico - do homenageado. Gerônimo, autor de É d'Oxum (a canção eleita por Dorival Caymmi como a música de Salvador), Eu Sou Negão e de tantas outras canções conhecidas sobre a cidade e o Estado, chegou, inconteste, para reinar durante o carnaval. Foi eleito por voto direto, por meio de enquete aberta no site da prefeitura, na qual teve 2.641 votos, deixando para trás medalhões como Caetano Veloso (592), Carlinhos Brown (548) e Lázaro Ramos (129). A eleição direta foi importante, depois de um ano em que o rei momo, o empresário Clarindo Silva, um dos ícones do Centro Histórico de Salvador, foi bastante contestado, sobretudo por seu tipo físico franzino. Veja também: Polícia investiga golpes na venda de abadás em Salvador Caetano Veloso e maracatus abrem carnaval do Recife Blog: dicas para quem quer curtir e para quem quer fugir da folia Ao ser eleito, Gerônimo, 98 quilos distribuídos por 1,70 metro, anunciou que queria perder 18 quilos até a folia. Parece ter desistido no caminho. Melhor assim. A eleição, porém, o deixou bastante envaidecido. "O carnaval agora tem um rei artista, que participou da construção dessa festa", orgulha-se. Para o grande público, no entanto, a cerimônia de passagem da chave da cidade, na Praça da Revolução, no bairro periférico de Periperi, seguida de uma rápida apresentação do músico, foi formalidade. Festa A 15 km dali, no Circuito Dodô (Barra-Ondina), o carnaval já rolava solto, com direito a apresentações aguardadas, como as de Asa de Águia, da Timbalada, do Eva e, especialmente, de Cláudia Leitte. A cantora, mãe há menos de um mês do primeiro filho, Davi, apareceu na avenida inacreditavelmente em forma, comandando o bloco Eu Vou. Perdeu 11 quilos no período. "Nem meu médico entende minha recuperação", diverte-se a cantora. "Aí, o pessoal fica especulando se eu fiz lipo, se eu fiz alguma coisa. Não fiz e não dá para fazer. Nem abdominal eu pude fazer nas primeiras semanas. Acho que minha personal (trainer, Carla Sicupira) e a amamentação é que me fizeram voltar assim. Apostei com minha mãe que ainda teria barriga quando eu me apresentasse no carnaval, mas acho que perdi a aposta." Este ano, Cláudia homenageia as praias. Ontem, com um vestidinho curto e cheio de cristais, prestou homenagem a Copacabana. De acordo com ela, além da beleza da praia carioca, contribuiu para a escolha o local ter sido palco, em 17 de fevereiro do ano passado, da gravação do primeiro DVD da carreira solo. Um milhão de pessoas participaram da festa. Nos próximos desfiles, domingo, segunda e terça, vai prestar homenagens, respectivamente, a Ilhas Gregas, Ibiza e Porto Seguro. E a cantora mostrou que sua música de trabalho, Beijar na Boca, é forte candidata a ser a mais tocada na folia baiana. Composta por Blanch Van Gogh - o vocalista da Cogumelo Plutão, a banda que ficou conhecida, no início da década, com a música Esperando na Janela - e Roger Tom, a música mostrou ter "pegada" na avenida, além de sintetizar o anseio de todo mundo que vai pular o carnaval atrás do trio elétrico. "O carnaval da Bahia é isso, é curtir, é paquerar, é beijar", acredita Cláudia. Na quinta, foi só o ensaio. A grande apresentação da cantora, mesmo, deve ser no domingo, quando ela comanda, pela primeira vez, o bloco Os Internacionais, um dos mais tradicionais do carnaval baiano. "Quero reunir 30 mil pessoas, ou 15 mil casais, se beijando ao mesmo tempo, para tentar registrar um recorde no Guinness", conta Cláudia. "Acho que vai ser fácil. Só com a torcida do Bahia, acho que já dá." Os foliões que quiserem acompanhar as apresentações da cantora, porém, vão ter de se habituar a uma pausa durante os shows. "Quando sinto que meus seios estão muito cheios, vou ao camarim 'ordenhar o leite', para depois levar ao Davi", conta. "Aliás, minha rotina, nesses dias, vai ser amamentar, ir para o trio e voltar para amamentar. Enquanto estou fora, o Davi vai ficar com as avós."

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