Samarco deve pedir ao Ibama novo prazo para plano de recuperação
Mineradora tem alegado, em reuniões técnicas, a necessidade de mais 5 dias para aprofundar o relatório, rejeitado em 28 de janeiro
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Por Luísa Martins
Atualização:
BRASÍLIA - Notificada a apresentar até esta quarta-feira, 17, um novo plano de recuperação ambiental para as áreas afetadas pela lama, a Samarco deve pedir ao Ibama para prorrogar o prazo. O Estado apurou que a mineradora tem alegado, em reuniões técnicas, a necessidade de mais cinco dias para aprofundar o relatório, rejeitado em 28 de janeiro pelo órgão ambiental, que o considerou "genérico".
A mineradora, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não vai comentar o assunto. Já o Ibama informou que ainda não recebeu nenhum pedido oficial de adiamento de prazo.
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
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Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
O serralheiro Gilson Felipe de Rezende, de 42 anos, cuida de cerca de 15 cabeças de gado em um pequeno pasto na margem do Rio do Carmo, na cidade mine... Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Guiando um barco com motor de popa, o pescador Eli da Silva Soares, o Paco, de 38 anos, percorre com cautela parte da região afetada e tem olhos aguça... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
De cima, a água laranja do Rio Doce parece estática. A lama de rejeitos vinda de Mariana se move a cerca de 1,2 quilômetro por hora desde a quinta-fei... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
De perto, é mal cheirosa e, mesmo distante mais de 230 quilômetros do ponto do rompimento das barragens, carrega pedaços de árvore e detritos arrancad... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
No passeio pelo cenário sem vida, não é preciso perguntar nada para ouvir de Paco e de suas irmãs Elaine, de 36, e Eliane da Silva, de 39 anos, os rel... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
"Isso não vai recuperar nem daqui a cinco anos. Quem falar isso está mentindo", diz o pescado endossado pelas irmãs. "A gente vive disso daqui e agora... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Está a exatos 71 quilômetros de distância do ponto em que as barragens da mineradora Samarco romperam. E está encoberto de barro. Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Mesmo a essa distância, a lama foi capaz de formar, ali, uma "casca" nas margens e no fundo do rio, que chega a 1 metro de espessura tanto no lado do ... Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
O curso d'água em que, antes, era possível navegar de canoa, virou um rio raso. Dá para caminhar de uma margem à outra com água na altura dos joelhos,... Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃOMais
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Nesta crosta de lama ao redor do rio, os peixes aparecem aos montes, grudados no chão de lama, como se fossem fósseis encontrados por arqueólogos. Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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O plano inicial apresentado pela Samarco fez um "diagnóstico extremamente superficial dos danos", conforme nota técnica do Ibama. O órgão critica, por exemplo, o fato de a mineradora não citar quais espécies de fauna e flora foram afetadas, quais estão em risco de extinção e quantas têm distribuição restrita aos locais atingidos pela lama.
"Em relação aos impactos sobre os organismos aquáticos, verifica-se a tendência a subestimar o problema, inclusive se omitindo completamente em relação ao volume e à diversidade de peixes encontrados mortos ao longo da bacia do Rio Doce", informa a nota. Para o Ibama, as ações têm pouco embasamento metodológico e científico e, além disso, a empresa não estimou prazos para cumpri-las, o que impossibilitaria o acompanhamento das metas.
No dia em que o plano foi rejeitado, a Samarco afirmou que os pontos de aprimoramento sugeridos seriam incorporados ao documento. A mineradora, cujas sócias são a Vale e a BHP Billiton, é a responsável pela barragem de Fundão, que rompeu em 5 de novembro, causando um "tsunami" de lama que devastou distritos de Mariana (MG) e provocou sérios danos ambientais no Rio Doce.Tragédia: o avanço do 'mar de lama' da barragem da Samarco em 10 fotos