Santa Casa abrirá sindicância para investigar venda de drogas

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Por Agencia Estado
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O tráfico de drogas praticado por um enfermeiro dentro do pronto-socorro chocou a Santa Casa de Misericórdia. A Assessoria de Imprensa do hospital afirmou hoje que "desconhecia completamente o assunto" e que os medicamentos são controlados conforme as regras determinadas pela Vigilância Sanitária. Foi determinada a abertura de sindicância administrativa, que vai investigar todos os plantões em que o enfermeiro Romero dos Santos trabalhou. A tarefa deve ser árdua, pois ele está na Santa Casa há 10 anos e dá plantão em todas as noites pares. De acordo com a Assessoria de Imprensa do hospital, uma apuração foi feita sobre o plantão da madrugada de sábado e constatou-se que "estava tudo certo". O hospital garante que nunca recebeu denúncia sobre tráfico de drogas em suas dependências. Ainda segundo a Santa Casa, a afirmação feita por Romero durante a negociação para venda das drogas - de que teria de pagar R$ 30 a um médico para conseguir receita de medicamento de uso restrito - também será apurada. A superintendência considera a possibilidade de Romero pedir receitas para uso próprio. O ano de 2002 não está sendo dos melhores para o hospital. No dia 20 de agosto, um homem assassinou um paciente que estava internado na Santa Casa, entrando pela janela do prédio. O promotor José Carlos Blat, que coordenou a operação, disse que o crime descoberto é grave. "Por ter acontecido dentro de um dos maiores hospitais de São Paulo e do Brasil", afirmou. O promotor suspeita de falta de controle sobre os medicamentos de uso restrito no local. "A questão não é prendermos um traficante com 10 gramas de cocaína, mas a facilidade de acesso a esses medicamentos". Para Blat, as afirmações do enfermeiro durante a venda da droga "demonstram que médicos podem estar envolvidos."

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