São João mobiliza população do Nordeste

Quadrilhas, comidas típicas e muita animação ajudam a entender porquê o São João é uma data tão querida pelos nordestinos

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Por Agencia Estado
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A festa de São João é uma data muito esperada pelos nordestinos e mobiliza a população mais que o carnaval. O clima de São João está presente nas bandeirolas e balões que decoram a casinha mais simples, nas tentadoras comidas de milho ofertadas em barracas de rua ou sofisticadas comedorias, e, no forró. Que pode ser eletrônico e que divide espaço com outros ritmos e artistas - Zezé de Camargo e Luciano são uma das maiores atrações das do ciclo junino - mas resiste e não perde a sua força genuína, extraído do som da sanfona, zabumba e triângulo. Nos ônibus, nas ruas, fez parte da rotina das últimas semanas se deparar com adolescentes com saias rodadas e coloridas que vão e vêm, esmerando-se para fazer bonito nas apresentações dos seus grupos. Isto é o São João, uma festa tipicamente rural que se estende pela cidades durante todo o mês de junho, em brincadeiras singelas em sítios ou bairros de periferia, no comércio, em megaeventos patrocinados por grandes empresas em Caruaru, no agreste pernambucano, em Campina Grande, na Paraíba, ou em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A cidade de Arcoverde, a 256 quilômetros do Recife, prima pela tradição e tem no Côco Raízes de Arcoverde e Cordel do Fogo Encantado, filhos da terra, seus principais carros-chefe. Caruaru e Campina Grande são incansáveis na saudável disputa de quem faz o melhor São João, numa competição que esquentou nesta semana, mas se prolonga até início de julho, especialmente neste ano de Copa do Mundo. Alegria contagiante Trajada de noiva matuta, "buchuda", agarrada com um boneco de Ronaldo Fenômeno, Edinídice Lucena da Silveira, a Nicinha, 62 anos, deu show de dança e alegria numa quadrilha improvisada no Parque da Jaqueira, em Recife, na terça-feira, ao lado de quase 100 companheiros igualmente animados que fazem ginástica no local. No dia seguinte, ali perto, na sede de um órgão federal em greve, um grupo de servidores dançava forró ao som de Luiz Gonzaga numa descontração contagiante. "Eu adoro São João", resume Nicinha que, sem sair do Recife, tinha dúvidas do que iria fazer durante a noite de sexta-feira, diante de tantas opções, em bairros da cidade e em granjas de municípios próximos. Ela pode ter até ficado em casa, mas garantiu que no sábado não perde o show de Maciel Salu e Silvério Pessoa, na Praça do Arsenal, no bairro do Recife Antigo, e o de Arlindo dos Oito Baixos, no Sítio da Trindade, bairro de Casa Amarela.

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