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São Paulo Fashion Week faz campanha contra anorexia

O maior evento de moda do País quer chamar a atenção do público depois da morte da modelo Ana Carolina Reston, no dia 14 de novembro

Por Agencia Estado
Atualização:

A história trágica da modelo Ana Carolina Reston, de 21 anos, que morreu no dia 14 de novembro vítima de complicações decorrentes de anorexia nervosa, provocou mudanças no mundo das passarelas. O maior evento da moda nacional, também inserido na agenda mundial, o São Paulo Fashion Week, está organizando para sua próxima edição, em janeiro de 2007, uma campanha educativa para chamar a atenção do público à questão dos distúrbios alimentares. "A anorexia e a bulimia não são problemas exclusivos das modelos, mas uma doença contemporânea que pode atingir qualquer um", diz Paulo Borges, coordenador do evento, há 25 anos no mercado da moda. "Nunca tinha visto um caso como o de Ana Carolina." A campanha começa com informações que serão divulgadas no site do evento. A data ainda será definida. As agências de modelos e os estilistas estão discutindo os detalhes da campanha. "A idéia é ótima, pois vai ajudar a orientar principalmente as meninas que sonham estar nas passarelas", disse a ex-modelo Denise Cespedes, sócia da Ford Models. Comparecem ao São Paulo Fashion Week em média 12 mil pessoas por dia. A agência de modelos tem um acordo com médicos da Universidade Federal de São Paulo, que desenvolveu um programa especial para acompanhar a saúde das modelos, ainda adolescentes. Elas têm de 13 a 17 anos, em média. As garotas passam por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, nutricionistas e fisiologistas. É coordenada pelo pediatra Mauro Fisberg. Na semana passada, as modelos da Ford submeteram-se a uma consulta da qual saíram com um atestado de saúde. "Nunca tivemos uma modelo com anorexia nem bulimia", diz Denise. "Estamos de olho nisso há cinco anos", completou. Na mesma semana da morte de Ana Carolina, as agências se reuniram para discutir algumas regras com o objetivo de evitar que a tragédia se repita. Decidiram que todas as modelos precisariam de um atestado de saúde antes de subir nas passarelas. Outra boa intenção foi divulgada pela estilista do Rio e especialista em moda em couro Patricia Viera, no início da semana. Ela divulgou que não escolheria modelos com um Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 18 para mostrar sua coleção no Fashion Week. Por esse parâmetro, estariam condenados nomes de peso como o da top Gisele Bündchen. Ela tem 16,8 de IMC, apesar de não seguir dietas rígidas. "Quero modelos saudáveis." Há estilistas que não comentam o assunto, caso de Alexandre Herchcovitch.

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