São Paulo inaugura 1ª central seletiva de lixo

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Por Agencia Estado
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A cidade recebeu, nesta terça-feira, após sete meses de atraso, sua primeira central de coleta seletiva, no Tatuapé, zona leste. Apesar de ser descrito como prioritário pela administração, o projeto sofreu atrasos por falta de recursos. Inaugurada pela prefeita Marta Suplicy (PT) e pelos secretários de Serviços e Obras, Osvaldo Misso, e de Meio Ambiente, Adriano Diogo, a Central Tietê tem capacidade para reciclar 400 toneladas de lixo por mês e deverá contar com 150 catadores reunidos em uma cooperativa. "Esse programa é de importância fundamental para a cidade porque, além de dar outra destinação ao lixo, diminuindo o material que é mandado para os aterros sanitários, vamos incluir socialmente os catadores", afirmou a prefeita. Trabalhando sozinho na rua, um catador ganha, em média, R$ 300 por mês, ao vender o produto para atravessadores, que repassarão o material a empresas de reciclagem. A proposta com a cooperativa - que venderá os resíduos diretamente aos recicladores - é que o rendimento de cada cooperado chegue a R$ 600 por mês, de acordo com informações da coordenadora do projeto de coleta solidária da Prefeitura, Maria Inês Bertão. A Central Tietê terá 41 pontos de coleta espalhados em parques e áreas públicas da Mooca, da Vila Prudente, do Aricanduva e da Vila Formosa. A população levará os recicláveis como papel, plástico, vidros e metais, sem separar. O material será recolhido, triado e vendido para as entidades de reciclagem, como a Associação Brasileira de Pet (Abepet) e Associação Brasileira do Vidro (Abividro). O valor obtido será dividido igualmente entre todos os cooperados. Segundo Marta, parte dos recursos da recém-aprovada taxa do lixo será usada para estimular a coleta seletiva. Até o fim do próximo ano, a Prefeitura oferecerá cursos de capacitação e apoiará todos os esforços das cooperativas. A partir de dezembro de 2004, elas deverão gerenciar sozinhas todo o processo. "Parte da população ainda vê o catador como marginal ou maltrapilho. Com a central, vamos mudar essa imagem e passar a ser vistos como profissionais", disse o presidente da cooperativa, Daniel Basílio da Silva, de 23 anos. Os cooperados pretendem instalar no local oficinas de reciclagem e uma loja de produtos reciclados. As duas próximas centrais - já em fase de construção - ficarão na Sé, região central, e na Lapa, zona oeste. Até o fim deste ano, seis centrais devem estar em funcionamento. Dependendo de condições orçamentárias, esse número pode chegar a 12, o que permitirá reciclar 5% das 12 mil toneladas de lixo produzidas diariamente pelos paulistanos. Até o fim de 2004, a pretensão da administração municipal é chegar a 31 centrais. Com essa estrutura será possível reciclar 10% do lixo da cidade. "Esse é o número ideal para esse tipo de sistema", disse o secretário de Serviços e Obras. Dados de 1998 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que há cerca de 20 mil catadores atuando nas ruas de São Paulo. A Central de Coleta Seletiva Solidária Tietê fica na Avenida Salim Farah Maluf, 179, esquina com a Marginal do Tietê. Caso queira, a população também pode entregar seus recicláveis no local

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