São Paulo já notifica casas com foco de dengue

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Eduardo Jorge, não esperou mais do que algumas horas para colocar em prática a lei 13.264, assinada na manhã desta sexta-feira pela prefeita Marta Suplicy. A nova lei, que cria o Progama Municipal de Combate e Prevenção à Dengue, dá à Prefeitura o direito de multar casas e estabelecimentos onde haja focos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. À tarde, Jorge foi até a zona leste para notificar uma borracharia onde há focos do mosquito. O proprietário tem um prazo de 10 dias para resolver a situação. Se nesse período nada for feito, terá de desembolsar quantia que varia entre R$ 180,00 e R$ 720,00. A borracharia notificada por Jorge continha cerca de 1.500 pneus e já tinha sido visitada algumas vezes. Apesar disso os proprietários não tomaram as providências recomendadas. "Se a pessoa não sabe se portar com cidadania e coloca em risco a vida de milhares de pessoas na cidade, ela tem de ser multada", disse Marta depois de assinar a nova lei. "O que a Prefeitura tinha de fazer, já fez. Agora, vai depender da cooperação das pessoas." Entre as ações da administração municipal, Marta destacou a contratação emergencial de mil agentes de zoonoses para combater os focos de contaminação. Na saída do evento, no entanto, vários agentes protestavam contra as condições de trabalho e os baixos salários. Além das multas, a nova lei estabelece algumas regras para estabelecimentos que comercializam produtos em embalagens descartáveis. Dentro de 6 meses, eles terão de colocar à disposição da população contêineres para que embalagens vazias sejam depositadas e, mais tarde, encaminhadas para reciclagem. Para coleta desse material, a Prefeitura estuda a possibilidade de contar com a participação de cooperativas de catadores de papel. "É preciso contar com a mudança de mentalidade da indústria, das empresas que comercializam os produtos e da população." Para o secretário, a epidemia resultaria da combinação de dois fatores: "As autoridades não fizeram seu dever de casa, tomando as medidas necessárias, e a população, por sua vez, não modificou seus hábitos." Jorge espera que, diante do aumento do número de casos e com ação dos agentes de saúde, a situação mude. A cidade até agora registra 60 casos de dengue, todos importados. Para o secretário, esse número representa uma vitória. "É sinal de que estamos trabalhando de forma adequada." Mas ele não tem dúvida de que dentro de pouco tempo a cidade também terá seus casos autóctones. No restante do Estado já foram notificados 1.210 casos suspeitos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.