03 de julho de 2011 | 00h00
"Você tem que dar sentido à vida. Ela não tem sentido em si. E cada um vai ter que dar o seu sentido à vida. E vai sofrer para encontrar. E vai ter que funcionar sempre um pouco como os existencialistas pensavam sobre a angústia da morte. Você tem que, ao mesmo tempo, domesticar essa angústia da morte, porque senão ela te paralisa", diz, encarnando a emoção que se mistura com a racionalidade do sociólogo.
Fernando Henrique, aliás, é pura emoção. Disse, na festa do PSDB, um "eu amo vocês" em alto e bom som. "Cada um de nós terá os seus mortos-vivos. Talvez isso arrefeça um pouco a angústia. Mas sempre haverá angústia, porque você não tem respostas para muitas coisas."
E a receita dessa existência sem respostas, prega, é o convívio humano. "Você não vive sem amizade, sem amor, sem adversidade. Quanto mais você fica velho e, portanto, mais maduro - eu espero, e sem apodrecer - você tem que valorizar mais a felicidade, a amizade, essas coisas, que no começo da vida são secundárias. Você continua querendo mudar o mundo, mas sabe que as pessoas contam."
E as reflexões são transpostas para a política: "No que vai dar tudo isso? Não sei. Mas não vai ser como no passado. Não vai voltar".
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