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Seca deixa cidades de Pernambuco em situação de emergência

No sertão do Estado, produtores de grãos contabilizam perdas que variam de 70 a 100% nas lavouras por causa da falta de chuvas

Por Agencia Estado
Atualização:

Vinte e oito municípios do agreste e do sertão de Pernambuco decretaram situação de emergência por causa da seca que atinge as duas regiões. Equipes da Comissão de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) fazem um levantamento na área para avaliar os prejuízos causados com a estiagem. A documentação de nove cidades já foi homologada pelo governo estadual e enviada para a Secretaria Nacional de Defesa Civil. A secretaria deve reconhecer oficialmente a gravidade da situação e tomar medidas no sentido de amenizar o sofrimento das comunidades que estão sem água para consumo humano e animal, principalmente nas áreas rurais. Entre as cidades mais atingidas se encontram Araripina, Exu, Petrolina e Taquaritinga do Norte. O gerente técnico da Codecipe, major Luís Filho, afirmou que com o reconhecimento do estado de emergência pelo governo federal, os municípios vão passar a receber benefícios dos programas sociais, carros-pipa e cestas de alimentos. Ele lembrou que atualmente o governo estadual vem trabalhando com 185 carros-pipa para abastecer os municípios em situação crítica duas vezes por semana. "O programa de distribuição de água será ampliado este mês por meio de parceria entre o governo estadual, o governo federal e o exército", assegurou. O diretor de extensão rural da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), Gilberto Ramos, informou que o governo estadual pretende investir, até maio do próximo ano, R$ 7 milhões no programa de abastecimento de água às populações da área da seca. Ele explicou que no sertão do Estado, produtores de grãos, principalmente milho e feijão, contabilizam perdas que variam de 70 a 100% nas lavouras por causa da falta de chuvas. Disse que a cultura do sorgo granífero, que substitui o milho na ração das aves, sofreu perda superior a 30%, principalmente no sertão central, a exemplo de Salgueiro e Cedro. O chefe do setor de previsão do tempo, do Instituto Nacional de Meteorologia do Recife, Ednaldo Araújo, explicou que a falta de chuvas nesse período é normal. Ele disse que nessa época do ano o continente fica sem formação de nuvens porque o sistema que provoca chuvas está concentrado fora da região Nordeste. Alertou que no sertão só volta a chover no final de dezembro. "As temperaturas devem ficar insuportáveis até o mês de março, atingindo uma média de mais de 33 graus na capital pernambucana e 38 graus no interior do estado", declarou.

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