PUBLICIDADE

Secretariado custeou eleição do governador de RR

Dos dez nomes que figuram na lista de doadores individuais disponível no site do TSE, apenas três não integram o primeiro escalão de Anchieta Jr.

Por Loide Gomes
Atualização:

A campanha à reeleição do governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), teve como doadores secretários estaduais e empreiteiras que mantêm contratos com o governo. Dos dez nomes que figuram na lista de doadores individuais disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas três não integram o primeiro escalão, mas mantêm ligações com Anchieta. O governador, contudo, diz que não vê ilegalidade nas doações de seus auxiliares nem pretende fazer alterações em sua equipe.Entre os três que não são da equipe de Anchieta está Alexander Ladislau Menezes, que é seu advogado e doou R$ 18 mil. Francisco Djalma Brasil de Lima, que contribuiu com R$ 20 mil, administra uma empresa que tem negócios com o Estado, e Elenilza Guerreiro de Brito é mulher do secretário de Saúde, Rodolfo Pereira. Ela colaborou com R$ 3 mil. Pereira fez sua própria doação, no valor de R$ 14 mil, menos que o secretário-adjunto de Saúde, Alexandre Salomão, que injetou R$ 20 mil. A pasta está atolada em denúncias de descarte de medicamentos dentro do prazo de validade para supostamente permitir novas licitações fraudadas. Também contribuíram para a reeleição do governador o secretário de Fazenda, Leocádio Vasconcelos (R$ 40 mil); o secretário de Obras, Carlos Wagner Bríglia Rocha (R$ 18 mil); o vice-presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL), Cláudio Galvão dos Santos (R$ 9 mil); o controlador-geral, Luís Renato Maciel de Melo (R$ 20 mil), e o procurador-geral, Francisco das Chagas Batista (18 mil). Todas as doações foram depositadas em dinheiro na conta da campanha.Obras do PAC. Das oito empresas, duas realizam obras milionárias em Roraima. A CMT Engenharia fez uma transferência eletrônica de R$ 300 mil. A empreiteira é responsável pela ampliação e modernização do sistema de abastecimento de água de Boa Vista. O contrato com o governo é de aproximadamente R$ 240 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ela também toca um trecho das obras de recuperação da BR-174, no valor de R$ 118 milhões, financiada pelo Ministério dos Transportes. A Via Engenharia fez três transferências, que somam meio milhão de reais. A empresa é responsável pelo segundo trecho de recuperação da BR-174, ao custo de R$ 119 milhões. Nos dois contratos, da Via Engenharia e da CMT, auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou indícios de sobrepreço. Outro financiador do tucano é o Banco BMG, cujo nome foi relacionado ao escândalo do mensalão do PT. A instituição fez uma transferência eletrônica no valor de R$ 50 mil. Os principais gastos da campanha, segundo as planilhas do TSE, foram com aluguel de veículos, impressão de materiais de propaganda e pagamento de cabos eleitorais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.