Secretário de Educação de SP é contra revista de alunos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, disse hoje ser contra a revista de alunos da rede pública estadual de ensino e explicou que a medida só será adotada em casos extremos. "Acho que a questão da revista foi mal interpretada na colocação do secretário estadual de Segurança (Saulo de Castro)", comentou. "A revista é uma medida limite, num caso absolutamente extremo. Sou contra a revista dentro da sala e na entrada?, completou. Segundo ele, a revista só será adotada se houver solicitação por parte dos diretores das escolas e da Polícia Militar (PM). "Se houver uma identificação de que naquela escola entrou uma gangue, terá revista, mas será um caso isolado, não rotineiro", ressaltou. Segundo o secretário, a revista será esporádica, pontual, em algum local muito violento em que tenha havido o pedido do diretor da escola ou da PM. "Nós e o secretário de Segurança somos contra a polícia, por ela mesma, entrar na escola e fazer revista. Isso não vai acontecer", garantiu. Chalita falou sobre o assunto quando questionado a respeito da pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) que apontou que 40% das escolas públicas do Estado têm, em seu entorno, tráfico de drogas. "Isso é lamentável, mas não é novidade. Claro que quando a gente diz que não é surpresa, mas não significa que estamos negligenciando o problema", afirmou. Segundo ele, quem mais consome droga é o público jovem e esse público está na escola. "Ela é o espaço que o traficante fica ladeando para tentar envolver esse jovem". Para resolver o problema do consumo e tráfico de drogas a médio e longo prazo, o secretário acredita que apenas um trabalho de educação e prevenção terá efeito. Para ele, aumentar a segurança, colocando vigias, rondas policiais, catracas, serve apenas para dar tranqüilidade mais imediata aos pais. Ele contou ainda que a catraca será instalada em alguns colégios, pois não é tão inibitória quanto um detector de metais, por exemplo. "Apesar de alguns pedagogos acharem um absurdo, acho interessante utilizá-las. Muitas escolas particulares de São Paulo têm catraca há muito tempo e é uma coisa moderna: ao invés de fazer chamada, passa o cartão magnético, por exemplo. Vamos usar tecnologia a nosso serviço", explicou. Apelo às prefeituras Chalita também está conversando com as prefeituras para que elas melhorem o entorno das escolas em situação mais precária. Para isso, a Secretaria Estadual da Educação está fazendo um levantamento das escolas que precisam de mais assistência. "Faço de novo um apelo às prefeituras para combater o problema no entorno das escolas e estamos fazendo isso por escrito para as administrações municipais", comentou. Segundo ele, há escolas que têm na sua vizinhança lixões, córregos, ruas não calçadas, mato alto em terrenos baldios, falta de iluminação, e ainda bares que vendem bebidas aos jovens. "São problemas que as prefeituras têm de resolver", afirmou. De acordo com o secretário, alguns prefeitos do interior foram receptivos ao pedido de melhoria da infra-estrutura do entorno das escolas, como São José dos Campos, Sorocaba, São Vicente e Santos. A secretaria falará ainda com a prefeitura de Ribeirão Preto e de Campinas. Foram selecionadas primeiro as cidades mais violentas. "Encaminharemos, no máximo, em uma semana o pedido para a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy", contou. A secretaria está terminando o levantamento das escolas na capital paulista e do que é necessário para melhorar o prédio e a segurança, responsabilidade do Estado, além do entorno, pelo qual a prefeitura é responsável. "A gente sabe que em relação à prefeitura de São Paulo há um pouco de má vontade, mas não queremos mostrar que estamos passando uma responsabilidade. Vamos fazer nossa parte", completou. Questionado sobre se os diversos programas sociais da prefeitura de São Paulo não ajudam na prevenção à violência e ao uso de drogas, ele disse que todos os projetos na área social ajudam. "O que a gente precisa ver é quanto se investe no programa social e quanto se investe na divulgação do programa", provocou.

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