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Secretário de Santos contesta os números da dengue

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário municipal de Saúde, Tomas Soderberg, contestou ontem os números divulgados na segunda-feira pela Direção Regional de Saúde (DIR/19) a respeito da epidemia de dengue na cidade, dando conta da existência de 5.224 casos confirmados da doença em Santos, o que representaria um aumento de 103% da infecção, em apenas uma semana. O boletim anterior da DIR havia apontado 2.567 ocorrências. De acordo com Soderberg, em momento algum, a secretaria municipal tentou omitir o real quadro da doença, já que notificou 5.444 casos suspeitos ao Sistema Nacional de Arquivo e Notificação, no período de abril até ontem, mas que ainda dependem de comprovação, uma vez que foram levados em conta apenas os sintomas relatados pelos doentes, sem a necessária avaliação epidemiológica. Para a vigilância municipal, existem apenas 2.605 casos confirmados por intermédio de exames laboratoriais. No último mês de março, por determinação do Centro de Vigilância Estadual (CVE), o Instituto Adolfo Lutz suspendeu a realização de exames para a comprovação de dengue, deixando claro que, a partir deste momento, a avaliação deveria ser feita pelos médicos e pela vigilância. Três tipos de vírus O diretor da DIR/19, José Ricardo Martins Di Renzo, não foi localizado ontem para falar a respeito da contestação dos números divulgados na segunda-feira. Entretanto, o vereador Fausto Figueira (PT) anunciou ontem que vai entrar com representação junto ao Ministério Público contra a prefeitura, que estaria sonegando informações sobre a doença. "No período de 18 de abril a 17 de maio foram notificados apenas 23 casos, o que certamente fez com que a DIR considerasse os casos suspeitos como confirmados", disse. De acordo com o vereador, que é médico, a Secretaria Municipal de Saúde não tem capacidade nem para gastar as verbas colocadas à disposição do Ministério para o combate às 43 doenças de notificação compulsória, uma vez que R$ 400 mil destinados pelo órgão federal ao município continuam em caixa, sem utilização. "Esse tipo de comportamento é muito grave em uma cidade que possui os três tipos de vírus da doença, agravando ainda mais o risco da ocorrência da dengue hemorrágica", sentenciou, lembrando que, dos seis casos confirmados da forma mais grave da doença, três pessoas infectadas foram a óbito, ou seja, metade dos casos.

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