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Secretário de Segurança do Rio anuncia ocupação de oito favelas até o fim do ano

Ocupação na zona norte seguirá modelo das UPPs implantadas em Copacabana, visando evitar migração de traficantes para morros vizinhos

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Por Redação
Atualização:

 

RIO - No segundo dia de ocupação do Morro do Borel e outras seis favelas na Tijuca, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou que os próximos alvos para a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na zona norte da cidade são os morros do Salgueiro, Andaraí e Macacos, onde um helicóptero da PM foi abatido a tiros por traficantes, em outubro do ano passado. Três tripulantes morreram. "Existe um planejamento que será cumprido até o fim de 2010. Ocuparemos mais oito comunidades até o final do ano", anunciou Beltrame.

 

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De acordo com o secretário, a ocupação na zona norte seguirá a mesma lógica da implantação das UPPs em Copacabana, na zona sul da cidade, onde a polícia ocupou todas as favelas para evitar a migração de traficantes para os morros vizinhos. Quase 500 policiais recém-formados devem ocupar o Morro do Borel e as outras seis comunidades, após as operações do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Dez favelas do Rio estão ocupadas por 7 UPPs.

 

A PM anunciou que Assis Albano Ferreira da Silva o "Ratinho", de 38 anos, apontado como um dos gerentes do tráfico no Borel, foi preso ontem na Vila Kennedy, na zona oeste, onde se refugiou após a ocupação. Ontem, não houve confronto entre policiais e traficantes nas favelas da Tijuca. Pela manhã, uma guarnição do Bope prendeu Rafael Reis, de 20 anos, no Morro do Borel. Ele tinha um mandado de prisão e passagens na polícia por tráfico e consumo de entorpecentes. O acusado foi encaminhado para Polinter (Divisão de Capturas da Polícia Civil).

 

 

No Morro da Chácara do Céu, Paulo Gomes de Miranda Júnior, de 24 anos, foi preso por agentes do Bope com um quilo de maconha e 50 trouxinhas do entorpecente. No início da tarde, 13 policiais e cinco cães da 1ª Companhia Independente de Polícia Militar fizeram buscas nas matas por armas e drogas, mas nada encontraram.

 

A ocupação do Morro da Formiga pelo 6º Batalhão de Polícia Militar da Tijuca contava apenas com quatro homens na manhã de ontem. Questionado, o comandante do 6º BPM, coronel Fernando Príncipe, disse que "um escoteiro seria suficiente para a ocupação", porque os bandidos haviam deixado o morro. O governador, Sérgio Cabral, classificou as declarações de equivocadas e garantiu que "houve planejamento".

 

Nesta quinta-feira, 29, em entrevista à Rádio CBN, o coronel Príncipe causou mais polêmica ao admitir a possibilidade de um aumento de assaltos a pedestres e roubos de carros nas ruas Tijuca, devido à implantação da UPP nos morros. Desta vez, Beltrame rebateu o coronel. "O que vai aumentar é a atividade policial, porque a população saiu do controle do tráfico e vai passar a procurar a polícia para mais registros e denúncias", disse.

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