Secretário de Turismo critica propaganda da Embratur

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Por Agencia Estado
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O secretário municipal de Turismo do Rio de Janeiro, José Eduardo Guinle, protestou nesta sexta-feira formalmente contra a última campanha publicitária do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), estrelada pela cantora Daniela Mercury. Para o secretário, a música em ritmo de axé e a voz da cantora baiana passam uma mensagem ?sub-reptícia? de incentivo ao turismo para o Nordeste. ?Estou absolutamente cansado do privilégio que a Embratur dá ao Nordeste. É indisfarçável esse privilégio?, criticou Guinle. A campanha, veiculada na televisão, apresenta imagens de cartões postais do País, ao som de música axé, cantada por Daniela Mercury. ?Não adianta mostrar o Corcovado, com a música da Daniela de fundo, porque não há quem não remeta isso à Bahia?, afirmou Guinle. Ele disse que há três dias se queixou ao representante da Embratur no Rio, Nilo Sérgio Félix. Nesta sexta-feira, o secretário enviou uma carta ao presidente da estatal, Caio Luiz de Carvalho. ?Nilo alegou que Daniela é uma cantora nacional. Disso não há a menor dúvida. Mas ela é uma cantora nacional da Bahia?, rebateu Guinle. Procurado pelo Estado, o presidente da Embratur, Caio Luiz de Carvalho, reagiu em tom de brincadeira ao ?ciúme? do secretário carioca, mas lembrou que a o instituto levou recentemente o conjunto Meninos Cantores de Petrópolis para ?vender? a imagem do Rio na Espanha e em Portugal e pagou uma capa na revista Vogue para divulgar a cidade. ?O Rio é o ícone do Brasil, e o comum é o Sul e o Nordeste se queixarem disso?, disse. O presidente da Embratur explicou que Daniela Mercury foi escolhida por ser uma cantora nacionalmente conhecida. ?E cantou no Corcovado, nas praias cariocas?, lembrou. Guinle comentou nesta sexta a sugestão do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ayrton Xerez, de estender os desfiles das escolas do Grupo Especial por quatro dias. ?Ele então quer reduzir o período das apresentações, porque os desfiles duram cinco dias: começam na sexta com a Liga Mirim e terminan na terça-feira, com o Grupo B?, afirmou Guinle, que é contrário à idéia. A prefeitura investiu R$ 19.217.678,00 no carnaval de 2002 ? 36% a mais do que no ano passado. Segundo os dados da Riotur, o evento gerou a receita de R$ 312 milhões para o setor turístico carioca. A ocupação no sambódromo foi de 98%, pouco maior do que a do ano passado, que ficou em 97, 38%. Os ingressos renderam R$ 21.299.552,00. Os pontos fracos foram a sinalização para indicar o caminho do sambódromo e a falta de numeração nas arquibancadas. Guinle pensa em instalar cadeiras de fibra plástica nas arquibancadas. ?Vai depender da viabilidade estética e econômica?, afirmou Guinle.

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