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Secretário nega favorecimento a investigador

Ele também diz que nunca ligou para delegado

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Por Marcelo Godoy
Atualização:

O secretário-adjunto da Segurança Pública, Lauro Malheiros Neto, negou ontem que tenha favorecido o investigador Augusto Pena depois de tomar posse do cargo. Ele afirmou que em momento algum telefonou ao delegado Nelson Silveira Guimarães pedindo que Pena, que estava afastado sob a suspeita de envolvimento com o seqüestro de R.O. , enteado de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, voltasse ao trabalho operacional. "Isso não procede. Nunca telefonei para o doutor Nelson. Ele era diretor de um departamento que se reporta à Delegacia Geral de Polícia. Nunca pedi a suspensão do afastamento desse policial", afirmou ao Estado. O secretário-adjunto afirmou que conheceu Pena quando era delegado de polícia, em 1993. Ambos trabalhavam no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "Como tantos outros policiais que conheci no período", afirmou. De acordo com ele, depois que trocou a polícia pela advocacia em 1996, Malheiros Neto afirmou que perdeu o contato com o investigador Pena até que, em 2000, o policial o procurou no escritório de seu pai, o advogado Lauro Malheiros Filho. "Ele queria que eu o defendesse em um caso civil." Tratava-se de uma ação contra uma empresa de convênio médico que não queria cobrar gastos do parto da mulher de Pena. Em 2005 ou 2006, segundo o secretário, o mesmo policial o procurou para que ele o defendesse no processo de dissolução de união estável. "Não faço família, por isso, o caso passou para uma advogada do escritório que cuida desses casos." Malheiros Neto disse que deixou todos os processos de seu escritório depois que assumiu o cargo. Ele afirmou não saber a razão pela qual o delegado Guimarães disse ter recebido um pedido seu para enviar o investigador sob suspeita para trabalhar no Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). "Prefiro não especular." Ao ser questionado sobre um telefonema que ele teria dado ao promotor José Barbutto, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) sobre o caso envolvendo Pena e o investigador José Roberto Araújo, o secretário-adjunto afirmou que não se lembrava. Ele disse que sempre está em contato com promotores de Justiça e, em todas ocasiões, faz questão de pôr os meios da secretaria à disposição dos promotores. DESEQUILIBRADA No caso dos investigadores Pena e Araújo, ambos negam a extorsão de dinheiro do enteado de Marcola e as demais acusações investigadas pelo Ministério Público. Pena afirma que sua ex-mulher, Regina Célia Lemes de Carvalho, é desequilibrada e já esteve internada para tratamento psiquiátrico. As brigas entre Regina Célia e Pena seriam constantes. Pena acusa a mulher de querer matar o filho do casal, de quem obteve a guarda judicial. Regina afirma que o ex-marido ameaçou matá-la, invadiu seu apartamento e subtraiu provas.

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