Secretário nega ligação entre crimes em SP

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Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi, disse hoje que considera "pouco provável" a existência de uma ligação entre o resgate de presos ocorrido hoje e a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pelas rebeliões nos presídios paulistas no último domingo. Para ele não há uma ligação direta entre o PCC, o resgate, a tentativa de assalto ao carro blindado e a ameaça de bomba na estação de metrô, na noite de ontem. "Temos de ver com cautela esses atos porque há um certo exibicionismo dos marginais. A tendência agora é que todo mundo se autoproclame do PCC", disse Petrelluzzi. No caso específico do resgate ocorrido durante a operação de transferência de presos, Petrelluzzi admite que houve falha da Polícia Civil. Ele afirmou que já está sendo apurado onde houve vazamento de informação. "Como era uma transferência interna, o trajeto e o horário não deveriam ser conhecidos", afirmou. Petrelluzzi admite, entretanto, que esse tipo de ação não pode ser totalmente controlado. "Não é o primeiro resgate de presos que acontece nem será o último, mas não dá para ligar tudo que acontece no Estado ao PCC. Aparentemente não tem nada a ver, mas estamos apurando", reafirmou. Ele lembra que, de 99 para 2000, houve uma diminuição de 30% no número de resgates durante operações de transferência de presos. Segundo ele, todos os dias, só na capital, são transferidos entre 400 e 500 presidiários. O secretário de Segurança reafirmou a disposição do governo paulista em não ceder às exigências das lideranças do PCC. Segundo informação do promotor Carlos Cardoso, os líderes do Comando ameaçaram com novas rebeliões caso não sejam atendidos. A principal reivindicação é o direito de escolher o local do cumprimento de pena. "As exigências são inaceitáveis, não há possibilidade de negociação com essa gente. Além disso, o Estado não age sob ameaça", afirmou Petrelluzzi. A ação do Estado, segundo ele, continuará seguindo a linha de isolar as lideranças, como uma estratégia para diminuir a influência deles no sistema prisional.

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