Secretário que defendeu 'uma chacina por semana' é exonerado

Bruno Júlio foi nomeado no ano passado por indicação da bancada mineira do PMDB; ele é filho de Cabo Júlio, do mesmo partido

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Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer exonerou Bruno Moreira Santos, conhecido como Bruno Júlio, do cargo de secretário Nacional de Juventude, vinculado à presidência da República. De acordo com decreto publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, 10, o secretário foi exonerado a pedido dele próprio.

Em entrevista publicada no site do jornal 'O Globo', Bruno Júlio teria dito que 'tinha era que matar mais' Foto: Reprodução/Facebook

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Na semana passada, Bruno Júlio criticou, em entrevistas, a repercussão dada ao massacre de presos no Amazonas e em Roraima e disse que "tinha que matar mais", "tinha que ter uma chacina por semana". 

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta segunda-feira, 9, que nem ele nem o presidente Temer concordam com as declarações do ex-secretário.

Bruno Júlio foi nomeado no ano passado por indicação da bancada mineira do PMDB. Presidente licenciado da Juventude Nacional do partido, ele é filho do deputado estadual mineiro Cabo Júlio, do PMDB.

Caso. À coluna do jornalista Ilimar Franco, publicada no site do jornal O Globo, Bruno Júlio disse que "tinha era que matar mais" e que "tinha de ter uma chacina por semana". "Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana", afirmou à coluna.

Após repercussão negativa da declaração, o secretário divulgou nota sobre o assunto. "O que eu quis dizer era que, embora o presidiário também merecesse respeito e consideração, eu entendo que também temos que valorizar mais o combate à violência. Mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar à disposição da população plenamente", afirmou.

E em seguida completou: "Sou filho de policial e entendo o dilema diário de todas as famílias. Quando meu pai saía de casa, vivíamos a incerteza de saber se ele iria voltar, em razão do crescimento da violência".

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Para o Palácio do Planalto, a declaração do secretário foi "infeliz", uma "tragédia". O governo agiu rápido para evitar uma nova crise e costurou a saída do secretário. No fim da noite, anunciou que o presidente Michel Temer havia aceitado o pedido de demissão.