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Secretário quer trocar Andinho por Beira-Mar

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, sugeriu nesta terça-feira que o Rio receba presos de um outro Estado que aceite ficar com o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Ele citou o seqüestrador paulista Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, como exemplo de bandido que poderia ser trocado. Santos acredita que tirando os criminosos de suas bases as ações criminosas seriam desarticuladas. ?Quando você transfere um preso, você acaba com os tentáculos dele. Para o bem do Brasil, deve haver a transferência de presos entre os Estados, que é benéfica para o combate à criminalidade?, disse o secretário. ?O governo do Rio está mais aliviado com a transferência de Beira-Mar. Da mesma forma que São Paulo poderá ficar com a de Andinho.? Ele afirmou ainda que o Rio tem condições de receber os presos de outros Estados e está sempre disposto a ajudar. Para ele, o problema não é quem é o preso, e sim o fato de ele estar perto de seus comparsas ? o que facilita que o bandido continue a praticar crimes mesmo atrás das grades. O secretário lembrou que o Rio já recebeu dois presos paulistas do Primeiro Comando da Capital, depois que a facção comandou uma megarebelião nos presídios paulistas. ?Quando recebemos os presos de São Paulo, não houve essa celeuma toda?, disse, ressaltando que a ida de Beira-Mar para o presídio de Presidente Bernardes foi decidida pelo governo federal, e não pelo Estado. Trazer o traficante de volta ao Rio seria um retrocesso, acredita. O secretário rebateu as críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Mello, que disse nesta segunda-feira que a transferência de Beira-Mar do Rio para São Paulo ?implicou uma certidão da ineficiência do sistema penitenciário do Estado?. ?Esse posicionamento dele não é jurídico, é político, e produndamente infeliz. Ele desconhece a responsabilidade da União.? Bangu Em Bangu 1, que abriga 23 presos da quadrilha de Beira-Mar, sete detentos já estão isolados na galeria A, depois que foi estabelecido o Regime Disciplinar Especial de Segurança (RDES). Eles foram separados porque, ao deixar o Rio, Beira-Mar disse aos policiais que o escoltaram que os sete traficantes dariam continuidade aos seus atos, informou o secretário. As medidas do RDES visam à punição dos presos que descumprirem as regras do presídio. As novas normas são, além do isolamento total, a proibição de visitas íntimas e do acesso a jornais e à televisão e também a restrição ao banho de sol. Nesta terça-feira, Santos inaugurou a padaria do presídio Hélio Gomes, no complexo penitenciário de Frei Caneca, na zona norte. Presos trabalharão lá oito horas por dia, em regime de remissão de pena ? para cada três dias trabalhados, haverá diminuição de um dia na pena. Os pães serão vendidos a supermercados e os internos receberão salário de R$ 240 a R$ 311, dependendo da função. Oito presos já estão trabalhando. O Estado quer que pelo menos metade da população carcerária do Rio trabalhe ou estude dentro da prisão até o fim da gestão Rosinha Matheus (PSB). Veja o especial:

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