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Sede da Tribuna da Imprensa é lacrada

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal Tribuna da Imprensa teve sua sede lacrada hoje por determinação da juíza Raquel Oliveira, da 4ª Vara de Falências e Concordatas. O jornal teve falência decretada pelo não pagamento da indenização de R$ 60 mil ao desembargador Paulo César Salomão, que havia entrado com ação de danos morais contra a empresa. O magistrado teve seu nome vinculado ao de PC Farias num artigo publicado em 1996. O advogado da Tribuna, Celso Mareque, está tentando reverter a decretação de falência, com o pagamento do valor do débito. O Sindicato dos Jornalistas do Rio já se prepara para pedir uma ação de reserva de crédito para garantir o pagamento das obrigações trabalhistas aos funcionários, caso a falência não seja revertida. A coordenadora de Qualidade da Tribuna da Imprensa, Roberta Babo, contou que, num artigo publicado há cinco anos, Romero da Costa Machado referiu-se ao então juiz Salomão como ?PC Salomão?. O juiz ? hoje desembargador do Tribunal de Justiça ? sentiu-se ofendido ao ser comparado ao ex-tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Melo, pediu direito de resposta e, apesar de ter esclarecido o assunto no próprio jornal, entrou com a ação na Justiça. Dois oficiais de Justiça chegaram à redação do jornal, onde trabalham cerca de 200 pessoas, incluindo os funcionários da gráfica, por volta das 15 horas. ?Eles foram muito ríspidos e mandaram todos saírem porque a redação seria fechada?, relatou Roberta. Fundado em dezembro de 1949 por Carlos Lacerda, o jornal Tribuna da Imprensa tinha o propósito principal de servir como canal de defesa das propostas da União Democrática Nacional (UDN) e fazia oposição ao getulismo. Ao longo do governo Getúlio Vargas, a Tribuna capitaneou a oposição e, depois do suicídio de Getúlio, em 1954, os editoriais publicados pelo jornal desencadearam uma tentativa de ?empastelamento? por populares. A postura de oposição continuou a marcar as páginas da Tribuna durante os governos Juscelino Kubitschek, a quem Lacerda acusava de comunista, e Jânio Quadros. Depois da renúncia de Jânio, a Tribuna passou a defender a intervenção militar para impedir a posse de João Goulart. Em dificuldades financeiras, Lacerda vendeu o jornal em 1961 a Manuel Francisco do Nascimento Brito (Jornal do Brasil), que não conseguiu levar à frente o projeto desenhado para a Tribuna e vendeu o jornal em 1962 para seu atual proprietário, Hélio Fernandes.

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