As buscas pelos corpos dos passageiros do voo AF 447 prosseguirão até o momento em que for inútil continuar vasculhando o local da tragédia em busca de mais vítimas, assegurou ontem em Paris o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele está na cidade para um encontro com o ministro francês Hervé Morin e desmentiu a informação de que o trabalho de resgate de corpos se encerraria na sexta-feira. Acompanhe todos os detalhes das operações de resgate "Disse a ele que nós continuaríamos fazendo as buscas. Já foram encontrados 49 corpos, entre aspas, ou seja, despojos. E continuaremos fazendo isso até o momento em que, tecnicamente, se entenderem inúteis as buscas", disse Jobim. Ele levantou a possibilidade, no entanto, de, após "três ou quatro dias" sem a localização de novas vítimas, a operação ser interrompida. O ministro destacou que os franceses vão continuar auxiliando nas buscas e na identificação dos corpos. De acordo com ele, o trabalho de identificação deverá ser realizado todo no Brasil. "Até para evitar uma dupla necropsia, o que seria uma coisa terrível para as famílias." Por enquanto, nenhum corpo foi identificado. Jobim e Morin acertaram detalhes sobre a parceria estratégica na construção de quatro submarinos convencionais e um a propulsão nuclear, com tecnologia francesa. PITOTS A Air France já teria trocado todos os pitots (sensores de velocidade, cuja falha é apontada como uma das prováveis causas da tragédia) de suas aeronaves A330 e A340. A informação foi divulgada pelo Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha da França. Hoje, a expectativa é de que a Air France se pronuncie no 48º Salão da Aeronáutica e do Espaço Paris Le Bourget, que começou ontem. Além da crise econômica, o clima negativo causado pelo acidente com o voo 447 também deve contribuir para um evento fraco neste ano. As empresas envolvidas no acidente, por conta disso, devem apresentar esclarecimentos em entrevistas marcadas por diretores para esta semana.