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Segundo moradores, deslizamento em Niterói era 'tragédia anunciada'

O prefeito Eduardo Paes voltou a recomendar que moradores evitem sair de casa; previsão para os próximos dias é de que a chuva continuará

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Por Redação
Atualização:

 

RIO/SÃO PAULO - O deslizamento de terra em Niterói, no Morro do Bumba foi uma tragédia anunciada, segundo relatos de moradores sobreviventes que deixaram suas casas antes do acidente. Na segunda-feira, duas casas desabaram no alto do morro. Um morador morreu. Os escombros formaram uma montanha de dois metros, e o acúmulo d'água por trás dos detritos pressionou os dejetos, que acabaram por desmoronar na noite desta quarta-feira, 7.

 

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O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, disse que houve omissão na tragédia ocorrida na noite de ontem no morro do Bumba, em Niterói, na região metropolitana do Rio. "Áreas que servem como depósito de lixo ou qualquer matéria orgânica são de pouca sustentação estrutural. As construções nessas áreas ficam mais vulneráveis a qualquer deslizamento", afirmou Guerreiro, que está no local da tragédia. A região foi construída em cima de um "lixão" e, há 25 anos, a Defesa Civil municipal já havia condenado a área para fins de habitação.

 

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De acordo com o coronel José Paulo Miranda, subcomandante dos Bombeiros em Niterói, em entrevista à Rádio CBN do Rio, "a maior dificuldade é a grande quantidade de lama e entulho existente no local. Os trabalhos devem seguir durante todo o dia", afirmou o oficial.

 

Recomendação

 

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, voltou a recomendar na manhã desta quinta-feira, 8, que as famílias deixem as áreas de risco e busquem abrigo em outros locais. Segundo a Prefeitura, ainda há muitos riscos de deslizamento nas encostas da cidade.

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Paes informou também que os moradores da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes ainda vão enfrentar problemas no trânsito, e portanto devem evitar o máximo possível seguir para a zona sul.

 

"A situação é parecida com a de ontem. A boa notícia é que a Avenida Niemeyer já foi liberada, mas a Grota Funda está fechada, a (Estrada) Grajaú-Jacarepaguá também, o Alto da Boa Vista está fechado, e a Avenida Ayrton Senna, no acesso à Linha Amarela, ainda tem dificuldades", contabilizou o Prefeito. "Por isso, pedimos de novo que as pessoas que não tiverem obrigação de sair não o façam, e que busquem fazer carona solidária, auxiliando os vizinhos e desafogando o tráfego", completou.

 

O acesso de quem vem da zona sul para a Barra também ficou prejudicado, pois um deslizamento de terra durante a madrugada fechou o Túnel do Joá, em São Conrado, nesse sentido, deixando como opção a Estrada do Joá. A pista sentido Barra da Tijuca do Túnel do Joá, foi liberada ao tráfego por volta das 7h30.

 

Mais chuvas

 

O Rio de Janeiro deve permanecer em alerta nesta quinta-feira, 8, e nos próximos dias para a ocorrência de mais chuvas a qualquer hora do dia, segundo previsão da Climatempo.

 

O volume de chuva não é elevado, mas como o solo ainda está muito encharcado, a chuva fraca a moderada que ainda cai em alguns momentos no Grande Rio pode provocar novos deslizamentos de terra.

 

De acordo com a Climatempo, um ciclone extratropical que atua em alto-mar, ao largo da costa do Sudeste, também provoca vento forte sobre o oceano, o que gera as ondas que avançam para o litoral do Sudeste forçando o mar a subir ainda mais.

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Nesta quinta-feira, há previsão de ressaca, com ondas chegando a quatro metros nas praias do Rio de Janeiro e a três metros e meio no litoral de São Paulo e do Espírito Santo. O mar permanece muito agitado na sexta-feira. A partir de sábado a agitação marítima começa a diminuir.

 

Escolas

 

As escolas das redes municipal e estadual de ensino e da rede privada voltam às aulas a partir de hoje, segundo a prefeitura.

 

(Com Pedro Dantas e Solange Spigliatti)

 

 

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