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Segurança do jornal "O Globo" é morto em assalto

Por Agencia Estado
Atualização:

Um segurança do jornal ?O Globo? morreu durante assalto a um posto bancário que funciona no estacionamento da empresa, na Rua Marquês de Pombal, centro. O tiroteio aconteceu por volta das 11 horas e envolveu dois assaltantes e dois seguranças. Os ladrões fugiram a pé, levando celulares de clientes e R$ 2.736,00. O delegado Luiz Antônio Businaro, da Delegacia de Roubos e Furtos, acredita que a ação teve apoio interno. "Eles entraram e saíram com muita facilidade. Está tudo errado. Teve informação aqui de dentro. Houve facilitação", afirmou. A polícia produziu retratos falados dos ladrões. Funcionários do jornal afirmaram que esse foi o primeiro assalto ao posto, que funciona no local há quase 20 anos, e ficaram assustados com a audácia dos criminosos. A sede do jornal fica a poucos metros da 6.ª DP e de várias unidades da PM, como o 1.º Batalhão, o Batalhão de Choque e o Batalhão de Trânsito. Do outro lado da rua, em frente ao portão pelo qual entraram os bandidos, está a Academia de Polícia Civil. A vítima foi identificada como Paulo César Fontes Peixoto, de 37 anos. Além de segurança de ?O Globo? desde 1992, ele era investigador da Polícia Civil, lotado na Polinter. Peixoto era casado e deixou uma filha de dois anos. Os ladrões tiveram acesso ao estacionamento sob a alegação de que fariam um pagamento no posto. Um deles dominou o segurança do banco, que estava do lado de fora, e o outro entrou no posto, onde havia 11 pessoas. Um funcionário notou a movimentação estranha e deu o alerta. Peixoto e o chefe da segurança, Paulo Colicígio Filho, foram ao local para averiguar a suspeita. Assim que se aproximaram, foram alvo de disparos dos bandidos. Colicígio conseguiu se proteger atrás de um carro e trocou tiros com os ladrões. Peixoto foi atingido por três tiros, dois no peito e um no ombro, e morreu na hora. Um dos bandidos escapou por um restaurante vizinho ao jornal, cuja porta dos fundos dá para o estacionamento, e o outro pelo mesmo portão por onde entrou, passando por uma cancela e uma guarita com seguranças. A moto usada pelos bandidos foi abandonada no local. A polícia falou com a irmã do proprietário. Ela afirmou que a moto fora roubada. A polícia recolheu também fitas com imagens do estacionamento, vigiado por duas câmeras, cápsulas de munição, impressões digitais e três armas: um revólver e duas pistolas. Uma das armas pertence a um PM, a outra ao segurança morto e a terceira não consta como roubada. O motorista de táxi Sílvio de Mota Barros, de 41 anos, que faz ponto no estacionamento, estava no local na hora do tiroteio. "Estava lendo o jornal. Quando ouvi o primeiro tiro, me joguei no chão. Foi a minha sorte", disse ele. Um dos tiros atravessou o pára-brisa do automóvel, exatamente em frente ao assento do motorista. Diversos carros foram atingidos. "Achei que iam ser dois ou três tiros, mas foram mais de 15", disse o taxista.

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