Sem detalhar, Temer anuncia 'plano' para Estados reequiparem as polícias

Presidente disse que está atendendo a um apelo dos próprios governadores

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Por Renan Truffi , Carla Araujo , Igor Gadelha e Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer anunciou, nesta quinta-feira, 1º, que o governo federal desenvolveu um "plano", na noite de quarta-feira, 28, em conjunto com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para reequipar as polícias estaduais. Sem detalhar os valores e como funcionará a medida, Temer disse que está atendendo um apelo dos próprios governadores. 

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"Os senhores poderão aparelhar os setores da segurança pública. Não são poucos os governadores que me procuram e procuram os ministros para falar (na necessidade) de reaparelhar a segurança pública. Temos um plano já delineado na noite de ontem de maneira que possamos ajudar a financiar os Estados para o reequipamento das policiais locais, estaduais", disse na abertura de reunião realizada com os governadores no final da manhã. 

O encontro teve a presença dos presidentes do BNDES, Paulo Rabello, da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia. 

O presidente classificou novamente as denúncias contra ele como 'pífias'. Foto: Andre Dusek/Estadão

Temer também pediu que os governadores se "esforcem" para abrir novas vagas no sistema penitenciário de cada unidade da federação. Segundo ele, os Estados receberão uma verba suficiente para a construção de 30 penitenciárias, sendo 25 estaduais e cinco federais. O presidente afirmou que a verba já havia sido disponibilizada no ano passado e vai ser "redestinada" aos governadores" para esse propósito. 

"Essa verba foi destinada no ano passado e redestinada este ano. Tem verba para 25 penitenciárias estaduais e cinco federais. Eu iria pedir ao senhores que se esforçassem para essa abertura de vagas porque todos sabemos que o sistema penitenciário está lotadíssimo, precisamos desafogar isso", antes de admitir que, mesmo que essa unidades prisionais sejam construídas, o sistema continuará com superlotação. 

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A verba citada por Temer faz parte do Plano Nacional de Segurança Pública, apresentado pelo governo no início de 2017, como resposta a uma série de chacinas no sistema penitenciário. O montante não teria sido utilizado e, agora, vai voltar para os governantes estaduais. O Estado mostrou, em reportagem publicada no dia 26, que a medida teve poucos resultados visíveis e ficou só no papel. O plano tinha metas ambiciosas, como a redução de 15% na superlotação dos presídios, que estão longe de serem cumpridas. 

O presidente ainda chamou de "angustiante" a situação da violência no País e quis comparar as cidades brasileiras com Lisboa, em Portugal, e Madri, na Espanha. Ele defendeu que o esforço dos governadores passará a "sensação" de que todos estão unidos para resolver o problema. "Estamos dando uma demonstração de que Brasil está unido. Isso causará uma sensação de que todos estão preocupados com o tema", afirmou.

Apesar disso, o presidente enfatizou que isso não significa que a União vai assumir a responsabilidade pela resolução do problema da violência. "Segundo ponto, não significa que a União vai cuidar de tudo. O que estamos desejando é que haja motivação para o combate à insegurança", explicou.

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