Sem o brilho de Gisele, Fashion Rio vive desafio

Evento, que começa no sábado e terá desfiles de 50 grifes, perdeu a top e marcas famosas para São Paulo

PUBLICIDADE

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Este Fashion Rio não será como os que passaram. A semana de moda carioca, com início no próximo sábado, na Marina da Glória, e desfiles de 50 grifes, viu marcas se mudarem para a São Paulo Fashion Week (SPFW) e perdeu sua estrela maior, Gisele Bündchen, para o evento paulistano. Quem ficou, porém, garante que na 13ª edição não faltarão tops, bochinchos nem modelitos memoráveis. As marcas que migraram para São Paulo alegam que foram motivadas por um "reposicionamento no mercado". Entre elas, a carioca Blue Man. "Já fizemos a SPFW por quatro anos. A Blue Man só está mudando de evento, mas na essência não muda", garante o dono, David Azulay. O line-up está desfalcado, também, das cariocas Reserva e Animale. A ausência mais sentida, no entanto, será a da catarinense Colcci, que provocava uma caça de ingressos. Seus desfiles-espetáculo com Gisele em cena - que desfilava pela grife desde 2005 - causavam furor, corre-corre, longa espera. Eloysa Simão, da Dupla Assessoria, a criadora e "xerife" da semana de moda, admite que se trata de uma perda, sim; mas olha para frente: "Claro que Gisele é uma celebridade e o bochincho é maravilhoso, mas vamos ter isso de qualquer maneira." Ela lembra que estão confirmadas as presenças da russa Natasha Poly, "cotada para ser a próxima número 1 do mundo", e a italiana Mariacarlo, "a substituta da Carla Bruni". Além, claro, das brasileiras Carol Trentini, Isabeli Fontana, Ana Beatriz Barros, Ana Cláudia Michels e Guisela Rhein. Algumas marcas, porém, têm os pés fincados nas areias cariocas. "Para as marcas já estabelecidas no Rio, o lugar da moda praia, é melhor ficar. As que estão acontecendo agora podem ter mais visibilidade em São Paulo", diz Lenny Niemeyer, da Lenny. "Não penso em sair do Rio. O resultado é bom e nosso desfile é muito esperado", diz Jaqueline Di Biase, dona da Salinas. "E Gisele já veio tantas vezes que não é mais novidade..." Eloysa frisa que a movimentação Rio-São Paulo não é nova - neste ano, Carlos Tufevsson volta ao Rio, após quatro anos (o estilista diz que atende, assim, aos apelos da clientela carioca). O que acontece, ela diz, é que a migração da semana carioca para a paulistana "tem mais eco" que o trajeto inverso. Roberta Oliveira, sócia da Tessuti, diz que o Rio ainda é uma vitrine inigualável. "A cidade sempre foi pólo de moda e tem charme. A gente aproveita, tanto que fez desfiles em cartões-postais, como o Museu Histórico-Nacional, o Copacabana Palace e a Ilha Fiscal". Desta vez, o Museu de Arte Moderna será o único desfile fora da Marina do evento, cujo tema será "Repensar, reciclar e renovar".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.