Sem-teto "exportados" por Itapeva são barrados em Tatuí

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Por Agencia Estado
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Um caminhão boiadeiro que transportava 42 sem-teto e moradores de rua de Itapeva, no sudoeste do Estado, foi barrado pela Guarda Municipal (GM) de Tatuí, a 140 quilômetros de São Paulo, quando descarregava os passageiros no Jardim Santa Rita de Cássia, periferia da cidade. Os moradores estavam com objetos pessoais, alguns móveis, roupas e animais domésticos. O motorista Maurício Arruda Albuquerque, de 24 anos, morador de Itapeva, disse que a viagem fora patrocinada por uma candidata a deputada, cujo nome negou-se a revelar. Ele alegou desconhecer a proibição do transporte de pessoas em carroceria de caminhão, sobretudo um veículo usado para transportar bois. O passageiro José Luis Soares disse que todos ali pretendiam ficar morando em Tatuí. Ele não soube explicar como o grupo tinha se reunido. O sem-teto Noel Rosa afirmou que pretendia "pegar um lugarzinho" para erguer um barraco. Os guardas municipais obrigaram os passageiros a recolher seus pertences e voltar para o caminhão. O veículo, um Mercedez placas BUH-0671, de Taquarituba, foi escoltado pela GM até a Rodovia Antonio Romano Schincariol (SP-127). Os guardas acompanharam o veículo até que deixasse o município. Até o fim da tarde, não havia informações sobre o paradeiro dos sem-teto. A prefeitura de Itapeva não tinha conhecimento do caso, segundo a assessoria de comunicação. A vereadora Áurea Aparecida Rosa (PTB), da Câmara local, enviou ofício à prefeitura de Tatuí pedindo informações e cópia do Relatório de Ocorrência (RO) elaborado pelo comando da GM. "Temos um serviço de assistência social em pleno funcionamento e seria absurdo mandar para outra cidade pessoas que precisam de ajuda", disse.

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