Sem-teto fazem protesto no Morumbi

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Por Agencia Estado
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Cerca de 700 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto fizeram nesta segunda-feira uma passeata que terminou na frente do Palácio dos Bandeirantes. O objetivo era pedir ao governo do Estado solução para as cerca de 4 mil famílias acampadas em terrenos particulares nos municípios de Osasco e Guarulhos. A preocupação mais imediata é com as que estão no Jardim Adalgisa, em Osasco, porque já foi expedida ordem judicial para desocupar a área até quinta-feira. Os sem-teto tentaram conversar com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mas não conseguiram. O coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, João Batista, conhecido como Jota, foi recebido pelo secretário-adjunto da Casa Civil, Dráuzio Barreto, e pelos representantes da Secretaria Estadual da Justiça - responsáveis pelas negociações com os sem-teto. A reunião, que durou mais de duas horas, não teve resultados práticos e, até o fim da tarde, os sem-teto permaneciam na frente do Palácio. Eles aguardavam uma nova reunião com o secretário da Casa Civil, Rubens Lara, Barreto e o secretário da Habitação, Francisco Prado. Homens, mulheres e crianças pequenas ficaram todo o tempo na calçada da Avenida Morumbi. À tarde, com a chuva, eles improvisaram uma cobertura de plástico para se abrigar. Segundo João Batista, a principal preocupação é com a ordem para desocupar o terreno em Osasco. "As famílias estão dispostas a resistir e ficar no local. Acreditamos que o único que pode nos ajudar é o governador." O secretário-adjunto Barreto afirmou que os sem-teto não aceitaram a oferta de um terreno no interior do Estado e agora o governo procura nova área para abrigá-los. "Os sem-teto querem fazer agrovilas, mas na Grande São Paulo é difícil achar um local que possibilite isso", disse Barreto. Segundo ele, a liminar de reintegração de posse do terreno de Osasco é irreversível. "Mas queremos encontrar outra saída para o problema deles." Os sem-teto votaram, na calçada da Avenida Morumbi, uma pauta com quatro reivindicações, que depois foram levadas para o governo. "Queremos a suspensão imediata da ordem de despejo e o encaminhamento da desapropriação do terreno", disse João Batista. "Também pedimos que a Secretaria do Trabalho dê cursos de recapacitação profissional para os desempregados e consiga cadastro para fornecimento de cestas básicas e água potável para as famílias dos acampamentos", afirmou. Pela manhã, o grupo dos sem-teto seguiu em passeata pela Avenida Corifeu de Azevedo Marques, zona sul, até chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Segundo João Batista, os sem-teto caminharam cerca de seis horas entre o acampamento no Jardim Adalgisa e a sede do governo.

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