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Sem-teto invadem prédio no centro de SP

Por Agencia Estado
Atualização:

Na madrugada de hoje, cerca de 150 famílias de sem-teto invadiram o edifício residencial Francisco Herrerias, na Avenida Mercúrio, 395, região central de São Paulo. O prédio foi desocupado há dois anos, pelos proprietários para reformas das partes elétrica e hidráulica. O Movimento Nacional de Luta pela Moradia, que assumiu a invasão, quer que a Prefeitura, acomode todos os que participaram da ação, mediante pagamento de aluguel. Policiais do 1.º Distrito Policial, na Rua Glória, foram chamados à 1h30 pelo guarda que fazia a segurança do prédio. "A polícia veio com violência, mas foi embora com a chegada dos proprietários", disse a coordenadora do Movimento, Conceição Moreira Ferreira, de 48 anos. Segundo ela, a maioria dos invasores é formada por trabalhadores que ganham pouco e não têm como pagar aluguel. "Eu pagava R$ 400 por mês. Mas sou cozinheira, tenho sete filhos e não ganho o suficiente para tudo isso", disse Conceição. De acordo com ela, o grupo não quer, necessariamente, ficar nesse prédio. "Se nos derem outro lugar, vamos com o maior prazer, só queremos ter onde morar. Estamos aqui por garantia. Soubemos que este prédio era comercial, estava abandonado há mais de 15 anos e virou até ponto de tráfico." Herdeiros Dois dos proprietários do prédio foram ao local conversar com os invasores e prometeram resolver a situação. Segundo um dos donos, o comerciante Bogos Parsekian, de 59 anos, o edifício está na família há gerações e nunca esteve abandonado. "Mantemos dois vigias que, durante a invasão foram colocados para fora. Como teríamos de fazer as reformas de segurança exigidas pela Prefeitura, transferimos os inquilinos para outro prédio." Assim que os reparos terminassem eles pretendiam alugar os apartamentos. "Infelizmente invadiram antes e agora teremos de ver como resolver." Na segunda-feira, Parsekian, outros herdeiros e advogados devem se encontrar, às 14h30, no edifício para tentar um acordo. Por enquanto, nenhum órgão da Prefeitura entrou em contato com invasores ou proprietários. Na madrugada de 11 de maio, a União dos Movimentos de Moradia (UMM) invadiu sete prédios da capital. Os manifestantes exigiam direito à moradia e políticas públicas com participação popular nos três níveis de governo. Outras invasões continuaram ocorrendo nos fins de semana de junho.

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