Senador tucano critica propaganda eleitoral de Alckmin

Segundo Álvaro Dias, candidato age como se disputasse o governo de São Paulo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Dias critica propaganda eleitoral/Alckmin:"Está faltando emoção, indignação e criatividade" - A cinco dias das eleições, cresceu entre os políticos do PSDB e do PFL a convicção de que o programa na TV do candidato tucano ao Planalto, Geraldo Alckmin, não emplacou e não produziu nenhum impacto no eleitor. Além de considerar "muito melhor" a propaganda eleitoral exibida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), fez nesta quarta-feira duras críticas à equipe de marketing de Alckmin, comandada pelo jornalista Luiz Gonzalez. As reclamações já vinham desde o primeiro turno, mas na véspera do encerramento da propaganda na TV ganharam um tom mais duro. "Está faltando emoção, indignação e criatividade", afirmou Álvaro Dias, reeleito para o Senado. Ele contou que as sucessivas reuniões do comando político com Gonzalez não surtiram efeito, mesmo porque o marqueteiro continuou fazendo o que quis, sem aceitar as sugestões dos políticos. A todos os apelos, Gonzalez insistia na tese de que "conceito se ganha com sedimentação". Ou seja, não era aconselhável bater no adversário, mas repetir à exaustão o perfil do candidato e suas realizações à frente do governo paulista. Segundo Álvaro Dias, Alckmin ainda age como se disputasse o governo de São Paulo e não à presidência da República. Nos debates, a estratégia se repetiu e o tucano insistiu em realçar suas ações administrativas em São Paulo. Um senador do PFL, que não quis se identificar, lembrou que, além de ter ficado centrado em São Paulo, o grupo de Gonzalez teria dado mais prioridade à campanha de José Serra para o governo estadual, já que assumiram as duas campanhas. Marqueteiro firme "No segundo turno, o programa de TV precisa se renovar a cada dia. A emoção é fundamental", cobrou Álvaro Dias. Ele citou que ninguém no Brasil sabe o que é Fatec, uma sigla usada em São Paulo para identificar as escolas técnicas. "Mas ninguém muda opinião de marqueteiro", conformou-se o tucano, acrescentando que a equipe de marketing não conseguiu explorar as qualidades do candidato. "Se perdermos as eleições a culpa não será do candidato, que é preparado, paciente e inteligente. O motivo principal foi a falta de comunicação competente e de estratégia", prosseguiu. "Alckmin é maior que o programa dele". Na última reunião com os responsáveis pelo setor de marketing, já no segundo turno, o senador sugeriu, por exemplo, que dez minutos do programa de TV fossem dedicados aos escândalos. Mas a idéia não avançou, com o argumento de que poderia ter efeito contrário. "Seria um programa pesado, mas com uma linguagem popular e com a apresentação de documentos". Outros políticos, como deputados do PFL e do PSDB, também fizeram propostas. Mas também não foram atendidos.

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