PUBLICIDADE

Senadores da oposição acusam censura na imprensa oficial

Eles alegam terem preteridas, pela Voz do Brasil e pelo Jornal do Senado, suas críticas mais ácidas ao governo Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

Senadores da oposição denunciaram nesta quarta-feira, 02, que estão sendo censurados nas críticas ao governo Lula por dois órgãos de divulgação das atividades parlamentares: A voz do Brasil e o Jornal do Senado. A censura, segundo eles, ocorre quando têm os discursos boicotados no programa de rádio ou pela supressão das frases mais agressivas contra o presidente da República e seus ministros no jornal. "Estamos de volta ao tempo do DIP de Getúlio Vargas", protestou em plenário o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), referindo-se ao Departamento de Imprensa e Propaganda que controlava a imprensa na ditadura de Vargas. Para o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), o uso eleitoreiro de meio de comunicação "serve para alguém manter o poder". "Vou ficar com os ouvidos grudados na Voz do Brasil, é preciso não mais haver nenhum censor, isto aqui é uma democracia e, como tal, não admite que sejam cerceados os direitos dos parlamentares da oposição", alegou. Os ´excluídos´ Levantamento feito por assessores de Bornhausen mostra que das últimas edições da Voz do Brasil não consta nenhum dos ataque feitos a Lula pelos seus mais contundentes críticos. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu agir. "Isso é um absurdo, que não vai acontecer, se aconteceu por falha ou seja lá o que for, do setor de comunicação do Senado, vou tomar providências cabíveis". ACM disse que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por considerar que se trata de propaganda indevida para o governo, caso prossiga o boicote. "Eu fui vítima, estou sendo vítima", ressalvou. Ficou de fora da Voz do Brasil o discurso em que afirmou que "Lula é um conservador sem álcool". Já no Jornal do Senado, o discurso aparece esvaziado, sem as frases mais contundentes. A parcialidade, segundo os senadores, ficou ainda patente pela não inclusão no programa de terça, 01, do discurso em quem Tasso Jereissati responsabiliza o governo petista pelos escândalos do Mensalão e dos Sanguessugas. Segundo levantamento dos acusadores, exatos três minutos do programa foram preenchidos com propaganda para o filme "Zuzu Angel". Critério editorial, não censura O secretário de Comunicação do Senado, jornalista Armando Rollemberg, afirma que na Casa "não tem e nem haverá nenhuma espécie de censura". "Prova disso é que as sessões (do plenário) são transmitidas ao vivo", argumentou. Rollemberg defendeu que, quando muito pode ter havido falha no critério de edição. "A editoria preferiu priorizar a defesa dos parlamentares que estão sendo acusados", alegou, referindo-se ao espaço dado à senadora Serys Slhessarenko (PT), à líder do PT, Ideli Salvatti (SC) e ao senador Magno Dias (PL-ES).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.