
25 de agosto de 2010 | 00h00
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tem 46% das intenções de voto e venceria no primeiro turno se a eleição fosse realizada hoje, segundo pesquisa CNT/ Sensus divulgada ontem.
O candidato do PSDB, José Serra, tem 28% das preferências do eleitorado. Marina Silva, do PV, é a opção de 8%. Somados, os adversários de Dilma têm 37%, nove pontos porcentuais a menos do que a petista.
A vantagem da candidata sobre Serra subiu de 10 para 18 pontos entre o início de agosto, quando foi feita pesquisa anterior do Sensus, e o último domingo.
Encomendado pela Confederação Nacional dos Transportes, o levantamento captou os primeiros efeitos da propaganda política no rádio e na televisão, iniciada no dia 17, além da maior exposição dos candidatos em debates e telejornais.
Segundo o Sensus, 43% dos entrevistados afirmaram ter visto ao menos em parte a propaganda eleitoral. Outros 23% não assistiram aos programas, mas ouviram falar deles ou conversaram sobre o assunto.
Um quinto do universo pesquisado afirmou que Dilma tem a melhor propaganda. Para 13%, Serra se saiu melhor.
Votos seguros. Ao se apresentar na TV como continuadora do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Sila, Dilma não apenas ampliou o número de simpatizantes, mas também consolidou seu eleitorado.
Na pesquisa espontânea, modalidade em que os entrevistados manifestam suas preferências antes de ler a lista de candidatos, a ex-ministra da Casa Civil subiu de 30% para 37%.
Oito de cada dez eleitores de Dilma já a citam espontaneamente como destinatária do voto em 3 de outubro.
Serra, por sua vez, oscilou de 20% para 21% na pesquisa espontânea. Entre os eleitores do candidato tucano, 75% o citam espontaneamente.
A consolidação do eleitorado de um e de outro lado fez com que o índice de rejeição de todos os candidatos aumentasse. Quanto maior é o número de eleitores seguros de Dilma, por exemplo, maior é a parcela que afirma não votar de jeito nenhum em Serra ou em Marina.
No caso do tucano, 41% afirmam que não votariam nele em nenhuma hipótese. No início do mês, essa parcela era de 31%. Em relação a Dilma, 29% dão a mesma resposta - eram 25%na pesquisa anterior.
A rejeição a Marina Silva foi a que mais subiu - de 30% para 48%. Isso limita o potencial de crescimento da candidata do PV e reforça a tendência de decisão da eleição já no primeiro turno.
O crescimento da vantagem de Dilma foi acompanhado por um salto na expectativa de vitória da petista. Para 62%, ela será a sucessora de Lula - eram 48% no início do mês. Os que acreditam na vitória de Serra caíram de 30% para 22%.
Geografia do voto. A petista lidera com maior folga sobre Serra no Nordeste, onde tem o triplo de potenciais eleitores (62% a 20%). No Sudeste e no Norte/Centro-Oeste, ela também está à frente (39% a 28% e 45% a 26%, respectivamente). A região Sul é a única em que Serra lidera, por 48% a 36%.
Na divisão do eleitorado por faixas de renda. Dilma se sai melhor entre os mais pobres, que ganham menos de um salário mínimo (53% a 21%). Entre os que recebem mais de 20 salários mínimos, há um empate - ambos têm 37%.
Dados técnicos
O instituto Sensus ouviu 2.000 eleitores entre os dias 20 e 22 deste mês. A margem de erro do levantamento, registrado no TSE com o número 24.903, é de dois pontos porcentuais.
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