Seqüestrador estaria inconformado com a separação

Cunhada disse que André Ribeiro ficou transtornado após o fim de seu casamento

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Por Agencia Estado
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O camelô André Ribeiro, que mantém desde a manhã desta sexta-feira, 10, cerca de vinte pessoas reféns no interior do ônibus 499(Cabuçu-Central do Brasil) na Rodovia Presidente Dutra,na região de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, estaria transtornado por não se conformar com o fim de seu casamento, ocorrido há três meses. Sua ex-mulher, Cristina, é uma das reféns que está sendo ameaçada por Ribeiro, que está armado com um revólver. O seqüestrador disse que se a polícia invadir o ônibus vai disparar contra os reféns. Segundo a cunhada dele, Heloísa Ribeiro, as discussões começaram depois que Cristina começou a estudar enfermagem. "Ele não queria o crescimento dela. A separação ocorreu por causa das crises de ciúme", disse. Cristina levou os três filhos do casal pra a casa da mãe. Heloísa contou que Ribeiro ficou transtornado e não se conformou com a separação. Ele chegou a passar um mês viajando pelo interior do estado. "Mas quando voltou, não mudou seu pensamento. Ele até tentou o suicídio. E hoje fez essa loucura", disse Heloísa que acompanha a mãe, Nair que ouviu pelo rádio as notícias sobre o seqüestro. Ela tem 68 anos é hipertensa e se mantém afastada do ônibus. A irmã e a mãe de Ribeiro, além de um pastor da Igreja Evangélica, identificado como Marcos, também estão no local para auxiliar nas negociações. Ao se aproximar do veículo, a mãe dele sentiu-se mal e foi afastada. Estratégia frustrada A estratégia da polícia para terminar com o seqüestro do ônibus é vencer Ribeiro pelo cansaço, segundo o comandante do Batalhão de Choque, coronel Romilton de Souza Correa. Mas uma das medidas, que foi cortar a fiação para interromper o funcionamento do ar condicionado, para forçar o seqüestrador a sair do veículo, acabou atrapalhando as negociações. Por volta das 15 horas, Ribeiro autorizou que o pastor Marcos e sua irmã entrassem no ônibus, mas a porta do veículo não abriu porque o sistema de travamento também foi cortado. O camelô ficou nervoso, acreditando se tratar de alguma manobra da polícia, e não autorizou mais a entrada dos negociadores. Um mecânico foi chamado para reativar o sistema. Impasse O impasse começou por volta das 8 horas quando um passageiro do ônibus ligou para uma mulher pelo celular relatando que havia um homem armado no interior do veículo. Ela, então, avisou a polícia, informando todos os detalhes para que a segurança chegasse ao local. Para impedir qualquer tentativa de fuga, os pneus do coletivo foram esvaziados. A situação lembra o caso do ônibus 174 seqüestrado no dia 12 de junho de 2000 na cidade do Rio de Janeiro, que durou mais de quatro horas e teve desfecho trágico, com a morte uma mulher mantida refém e do seqüestrador pelos policiais. O caso transmitido ao vivo em rede nacional foi acompanhado por milhões de brasileiros, teve repercussão internacional e virou documentário pelo diretor José Padilha dois anos depois. Matéria alterada às 15h25 para acréscimo de informações

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