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Seqüestros aumentaram 2.125% em 5 anos no Estado de SP

Por Agencia Estado
Atualização:

A dona de casa Rosana Rangel Melotti, fuzilada pelos seqüestradores na frente de casa em Campinas na quinta-feira, faz parte de uma estatística cada vez mais comum. Os seqüestros aumentaram em pelo menos 2.125% nos últimos cinco anos no Estado de São Paulo. Em 2001, até novembro ocorreram 267 casos. Em 1996 essa modalidade de crime era rara - houve 12 ocorrências. Comparando-se os números de 1996 aos do terceiro trimestre de 2001 - último balanço consolidado pela Secretaria da Segurança Pública -, o crescimento dos seqüestros é um pouco menor: 1.850%. Embora despreze os dados já divulgados pela secretaria sobre a ação de seqüestradores em outubro e novembro, esse critério de análise é importante para avaliar a evolução, também explosiva, de outros tipos de crime no Estado. Na comparação entre trimestres, verifica-se que o número de latrocínios (roubo seguido de morte) cresceu 7,6%; o de furtos, 54,4%, e o de assassinatos, 7,7%. No ano passado, nem mesmo o prefeito de Campinas, a terceira maior cidade paulista, escapou. Antonio da Costa Santos o Toninho do PT, foi morto a tiros em um crime até hoje não esclarecido. É verdade que alguns desses números já foram maiores e houve uma queda relativa nos últimos dois anos, como divulgou o secretário da Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi. ?Conseguimos controlar os homicídios após muito trabalho e esperamos fazer o mesmo com os seqüestros", disse ele em entrevista exclusiva. Petrelluzzi vai deixar o cargo no dia 22 e será substituído pelo presidente da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), Saulo de Castro Abreu Filho. Petrelluzzi cita como avanço da sua gestão a maior integração das polícias, que permite planejar melhor as ações de combate ao crime. Mas, nas ruas, a sensação de insegurança é crescente, com a multiplicação de casos como o do administrador de empresas M.A.S., vítima de seqüestro relâmpago. Dominado às 20 horas de 11 de dezembro, num sinal da Avenida Água Espraiada, zona sul da capital, ele permaneceu refém por dois dias, período no qual teve sacados de sua conta corrente R$ 600,00. O prejuízo financeiro foi muito inferior ao trauma psicológico. "Fico preocupado só em falar com estranhos." O governo defende-se com a alegação de que nunca se prendeu tanto em São Paulo. Em 1996 havia 62 mil presos no Estado. Hoje são 98 mil, um acréscimo de 58%. Também nunca se investiu tanto nas Polícia Civil e Militar como está previsto no orçamento deste ano - pouco mais de R$ 200 milhões. Mas são justamente as delegacias mais pobres da capital as que melhor resultados apresentaram no ano passado. "Aqui a região é carente e, por isso, a gente trabalha em dobro", diz o delegado Nélson Silveira Guimarães, titular da 7.ª Delegacia Seccional, de Itaquera.

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