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Serial killer condenado a 20 anos de prisão no MA

Pena foi menor porque matador de menino foi considerado semi-imputável

Por Agencia Estado
Atualização:

O mecânico Francisco das Chagas, acusado de matar, em dezembro de 2003, o garoto J.S.V, de 15 anos foi condenado, apenas por esse crime, a 20 anos de prisão. O julgamento de Chagas terminou por volta das 3 horas da madrugada desta quarta-feira, em São José de Ribamar, Região Metropolitana de São Luís, no Maranhão. O julgamento havia começado na segunda-feira. O mecânico confessou ter matado a criança por estrangulamento, mas negou que tenha assassinado outros doze meninos na cidade de Altamira (PA), crimes que chegou a confessar quando foi preso, em 2004. Inicialmente, o mecânico deve cumprir a pena em regime fechado - 19 anos por homicídio e 1 ano e 8 meses por ocultação do cadáver. Ele não poderá recorrer da pena em liberdade. Após o julgamento, Chagas foi recolhido à penitenciária de São Luís, localizada no bairro de Pedrinhas, onde divide cela com outro detento. Os jurados aceitaram parcialmente a tese da defesa e consideraram o réu semi-imputável. Com isso, a pena foi menor. Meninos Emasculados A série de assassinatos ficou conhecida como "Meninos Emasculados". Os depoimentos de Chagas mudaram durante o período em que esteve detido. Pouco dias após a morte de J.S.V., ele negou tudo. Depois, confessou ter assassinado 30 meninos no Maranhão e 12 no Pará. Chegou a apontar para a polícia o local onde deixou as vítimas, com margem de erro de 50 metros em relação aos dados de cada laudo necroscópico. A Promotoria Pública defendeu a tese de que o mecânico é semi-imputável, ou seja, tem problemas mentais, mas que é capaz de responder por seus atos. Já a defesa alegou que Chagas deveria ser internado em um hospital psiquiátrico. Não houve réplica nem tréplica. No último dia de julgamento, ocorreu o depoimento da mãe de J.S.V, Rita de Cássia Vieira. Emocionada, ela chamou o assassino de ´monstro´ por diversas vezes. Rita teria visto o filho pela última vez em 6 de dezembro de 2003. Na ocasião, o menino disse que iria colher frutas com o mecânico e desapareceu. Chagas morava na mesma região da vítima e o conhecia porque costumava arrumar sua bicicleta. A pedido da defesa, a perita e psicóloga Maria Adelaide Caires falou sobre o laudo produzido em maio de 2004 sobre o mecânico. O estudo demonstrou que Chagas, de 41 anos, possui transtorno de personalidade e tinha consciência dos crimes quando os praticou. O assassino manteve a cabeça baixa durante a maior parte do tempo e não esboçou reações. No primeiro dia de julgamento, ele prestou depoimento por cinco horas, chorou e disse que fora abusado sexualmente aos 6 anos por um homem que morava com a avó.

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