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Serial killer de Goiânia é condenado a mais 20 anos por outra morte

Juliana Dias, de 22 anos, foi baleada dentro de um carro parado no semáforo, em um bairro nobre da cidade

Por Marília Assunção
Atualização:
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha está preso desde outubro de 2014 Foto: André Costa/Estadão

GOIÂNIA - Em sessão presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha foi condenado nesta quarta-feira, 2, pelo homicídio de Juliana Neubia Dias, de 22 anos. Foi a segunda condenação por homicídio duplamente qualificado e a pena estipulada pelo magistrado foi igual à primeira: 20 anos em regime fechado.

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Quinze dias atrás, houve o primeiro julgamento do vigilante, um matador em série suspeito de 35 homicídios, a maioria em Goiânia, onde foram os dois primeiros júris populares.

Juliana foi morta no dia 25 de julho de 2014, no Setor Oeste, bairro nobre da cidade. Rocha atirou duas vezes contra a jovem que estava dentro de um carro parado em um semáforo fechado, junto com o namorado, Mauro Stone, único a testemunhar no julgamento.

A sessão atraiu estudantes, jornalistas e familiares da vítima. De frente para o juiz por cinco minutos, Rocha disse frases sem nexo como "não sou eu quem está sendo julgado, são vocês", “já sei o final da história", "não posso falar ainda”.

A defesa do vigilante foi feita pelos advogados Herick Pereira de Souza e Víctor Luiz Couto Carneiro, que não negaram a autoria do homicídio. Comparando o caso ao de uma novela de televisão, eles sustentaram a tese de que Rocha é psicopata, apelando para a infância sofrida e a falta de tratamento da alegada doença mental, mas o júri não se convenceu. A defesa anunciou recurso da condenação.

A acusação coube ao promotor de Justiça Maurício Gomes de Camargos, que refutou totalmente a tese da defesa. Ele leu trecho do laudo da Junta Médica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás a respeito do réu:“Fica claro e marcante nos crimes a premeditação do intuito. Escolhe as vítimas a esmo e sem motivações aparentes, já que não há um perfil definido. Ou seja, os crimes ocorrem por vontade própria, sem influência de nenhuma doença mental”.

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