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Serra diz que governo fará ´combate implacável´ ao crime

Segurança Pública é alvo de um plano especial de atuação de sua gestão; ação com Estados do Sudeste pode incluir postos de fiscalização em fronteiras

Por Agencia Estado
Atualização:

No seu primeiro compromisso público desde que assumiu o cargo, o governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse que a diretriz de seu governo na área de segurança pública será o "combate implacável" ao crime, "dentro da lei e dos direitos humanos". A afirmação foi feita na cerimônia de nomeação do novo comandante geral da Polícia Militar do Estado, coronel Roberto Antônio Diniz. O governador agradeceu o trabalho da Polícia Militar na proteção da população e da democracia. "É uma profissão difícil, estressante e perigosa. Policiais morrem em serviço, muitas vezes em ataques covardes como os que aconteceram no ano passado", afirmou, referindo-se aos ataques que membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) que resultaram na morte de vários policiais. "Vim aqui trazer minha palavra de agradecimento e apoio ao novo comandante da PM e transmitir a diretriz do governador: combate implacável ao crime, dentro da lei e do respeito aos direitos humanos", acrescentou, ressaltando que a PM tem trabalhado para reduzir o número de homicídios em suas operações. Serra explicou que todas as áreas da segurança pública serão alvo de um plano especial de atuação do governo, mas admitiu que o crime organizado é o principal problema a ser enfrentado. "Estamos trabalhando para formular e implementar um plano geral para todas as áreas da segurança pública, da polícia comunitária ao crime organizado. O crime organizado é o nosso principal problema, mas não é o único", considerou. Gabinete de Segurança O governador falou também sobre o plano de criar um gabinete de segurança dos quatro Estados da Região Sudeste, idéia que já foi debatida com os governadores antes mesmo de assumir o cargo oficialmente. "Nossa idéia é ter um gabinete de segurança dos quatro Estados que possa se reunir mensalmente, com um representante fixo da Polícia Militar de São Paulo e um delegado de classe especial da Polícia Civil dedicados a essa integração. Os outros Estados farão a mesma coisa", explicou. Segundo Serra, entre as ações a serem estabelecidas pelo gabinete de segurança estão a criação de postos de fiscalização nas fronteiras e uma intensa troca de informações e experiências entre os Estados, inclusive nas questões do contrabando e do roubo de cargas. "Essas atividades estão por trás de muitas das ações do crime organizado." Ao ser questionado sobre se conta com verbas do governo federal para implementar seus planos, Serra respondeu: "Verbas do governo federal são um outro capítulo". Em seguida, acrescentou: "O que nós esperamos é que o fundo nacional de segurança e o fundo penitenciário continuem a ser transferidos, porque há um problema de congelamento e contingenciamento". O governador disse ainda esperar que haja uma integração entre os trabalhos do gabinete da Região Sudeste e a esfera de segurança do governo federal, como a Polícia Federal e o setor de inteligência das Forças Armadas. "Esse trabalho já começou a ser feito em São Paulo e nós vamos dar seqüência a ele", assegurou. Decretos Sobre os decretos que assinou na primeira semana de seu governo ordenando o corte de gastos em todas as secretarias, o recadastramento dos servidores públicos e a proibição de novas contratações, Serra afirmou que sua intenção é "imprimir o padrão tradicional de austeridade e corte de desperdícios". "Essa é uma luta que tem de ser permanentemente renovada e que pode ser feita a cada ano e a cada novo governo", limitou-se a dizer, evitando polêmicas sobre o fato de o Estado ter sido governado por tucanos nos últimos 12 anos. Ele também não quis reclamar da Assembléia Legislativa, que limitou sua atuação ao não ter aprovado, até o momento, o orçamento de 2007. "Dá para trabalhar, não muito tempo, mas para os primeiros meses, dá", finalizou. Ao discursar durante o evento da PM, Serra homenageou as famílias dos policiais mortos nos ataques do PCC em 2006 e o novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Augusto Bretas Marzagão, que também participou do evento, mas não concedeu entrevista. "A palavra dele é a minha palavra. Nele, depositei a minha confiança e a ele darei todo o meu apoio para que as ações policiais em São Paulo, da Polícia Militar e da Polícia Civil,continuem protegendo a nossa população e resguardando a nossa democracia", declarou.

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