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Serra quer demolir o viaduto Diário Popular

Por Agencia Estado
Atualização:

A ex-prefeita Luiza Erundina bem que tentou, mas não conseguiu. Agora, é o prefeito José Serra quem quer riscar de vez do mapa o Viaduto Diário Popular, no Parque D. Pedro II, região central da capital paulista, ao lado do Palácio das Indústrias. Ele pediu à Secretaria de Infra-Estrutura e Obras (Siurb) a demolição do viaduto. "Essa obra é uma aberração", disse Serra. "É um trambolho que atrapalha toda a recuperação da região." No fim do mês, técnicos da Siurb entregarão ao prefeito o projeto de um novo sistema viário do local. Entre as sugestões estão a construção de um pontilhão sobre o Rio Tamanduateí e de uma alça de acesso à Avenida do Estado. Inaugurado em 1969, o viaduto, de 540 metros, liga a Rua do Gasômetro à Avenida do Estado. O piso hoje tem buracos e fissuras e, para Serra, reformá-lo exigiria muito dinheiro. Ao ser indagado sobre o custo da demolição, Serra respondeu: "Não sei. É preciso fazer uma licitação. Para construir é caro, mas para derrubar não deve ser tanto. O Muro de Berlim caiu de graça." O prefeito entende que o viaduto corta a comunicação entre o Mercado Municipal, área já recuperada, e o Museu da Criança, a ser criado no Palácio das Indústrias. Ele pretende unir esse espaço, até com a construção de um estacionamento, que permitirá a comunicação entre o Mercado, o Palácio e a Casa das Retortas. "O que planejo é unificar e ter um parque." Secretário dos Transportes na gestão Celso Pitta, Getúlio Hanashiro disse hoje que o viaduto "é de ociosidade muito grande" e, se a manutenção ficar muito cara, concorda com a demolição. Hanashiro foi um dos que se opuseram à medida na administração Erundina. "Na época, a manutenção exigia poucos recursos. E, bem ou mal, a obra era utilizada." O professor de Projetos da Universidade Mackenzie Gilberto Belleza, ex-presidente da seção paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), também disse não ver necessidade em manter o viaduto. "Ele não tem uma função viária importante na cidade. É preciso recuperar a qualidade dos espaços urbanos e o verde do Parque D. Pedro II. O viaduto atrapalha o visual da região." Em março de 1992, Erundina deu início as obras de demolição do viaduto Diário Popular. Ela pretendia reunir todas as secretarias municipais às margens do Tamanduateí, ao lado do Palácio das Indústrias, para onde havia acabado de transferir a sede do governo municipal. Dias depois, as obras foram suspensas por força de uma liminar concedida ao então vereador Walter Abrahão. Ele alegava que a demolição representaria desperdício de dinheiro público, porque a administração de Jânio Quadros, antecessor de Erundina, tinha gasto US$ 3,2 milhões na reforma do viaduto.

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