Sete presos fogem da Polinter no RJ

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Sete presos fugiram da carceragem da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (Polinter), em Ricardo de Albuquerque, na zona norte, nesta madrugada. Eles cavaram um túnel de três metros de comprimento, chegaram ao pátio da carceragem e pularam o muro. Um carcereiro disparou para o alto e evitou a fuga em massa. Havia 852 presos na Polinter, que tem capacidade para 150 detentos. De acordo com o diretor da Polinter, Jader Amaral, o chão da carceragem é "oco". "Todos poderiam ter fugido", disse. Amaral contou que há cerca de 15 anos havia uma carceragem subterrânea ali, que foi aterrada com areia. "O chão é fofo e o preso já sabe disso. Em um ano e meio descobrimos 20 túneis e impedimos fugas", disse. Além disso, as celas estão superlotadas e têm cinco vezes mais presos do que a quantidade ideal. "A solução é mandá-los para casas de custódia. O governo está construindo essas prisões, mas não na velocidade que precisamos", disse Amaral. A superlotação é tão grave na unidade de Ricardo de Albuquerque que as celas nunca são trancadas. De acordo com o chefe da Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, isso dificulta as revistas periódicas. Teixeira disse que há superlotação porque a polícia tem prendido mais. "Isso está ocorrendo porque a polícia está em atividade intensa. Nossa postura firme faz com que as prisões fiquem superlotadas", afirmou. O chefe da Polícia garantiu que haverá aumento no número de vistoria das celas. Dos 852 homens que estavam na Polinter de Ricardo de Albuquerque, 125 foram condenados e aguardam transferência para presídios. Amaral informou que os presos daquela unidade são ligados ao Comando Vermelho. A maior parte é de traficantes de segundo escalão e assaltantes. Até esta tarde, ninguém havia sido recapturado. Em fevereiro, Amaral foi ameaçado de prisão por se recusar a obedecer ordem judicial para a transferência de 500 presos transferidos do interior do Estado. A Polinter tem 2.500 detentos em três unidades, mas a capacidade máxima é de 700.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.