Sexy e feminino, o longo volta às ruas no próximo verão

Com inspiração anos 70, solto e esvoaçante, o modelito marcou presença na Semana de Moda de NY

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Por Valéria França
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Quem já circulou para ver a nova coleção que está desembarcando nas lojas deve ter notado. Os vestidões, condenados ao fundo do guarda-roupa no verão passado, voltaram às vitrines e até mesmo às ruas mais fashions da cidade, graças aos dias quentes de final de inverno. Soltos e esvoaçantes, com o jeitão de anos 70, eles ainda marcaram presença na Semana de Moda de Nova York, que acaba amanhã, aparecendo não só nas coleções de brasileiros como Carlos Miele e Amir Slama, da Rosa Chá, como também nas de estilistas internacionais. "As mulheres adoram esse tipo de vestido. Ele é elegante, confortável, e não exige uma silhueta esquelética", diz a stylist Flávia Pommianosky. "A brasileira, em geral, tem perna grossa e quadril largo, o que nem sempre dá certo com vestido super curto." É um modelo que a brasileira gosta tanto que algumas marcas nunca deixaram de produzir, mesmo quando o vestidão estava em baixa. SEXY E FEMININO Cris Barros, dona da marca homônima, é uma dessas fiéis, adepta do longo desde que sua marca surgiu no mercado, em 2002. "O vestido comprido é muito feminino e sexy. Quando feito num tecido fluído, então, dá uma aparência lânguida, um certo ar de hippie glamouroso", diz Cris. "Eu adoro, por isso tenho sempre na coleção." Neste verão, seus vestidões vêm em tecidos nobres, como seda e musseline, estampados com jacquard de listras. "Usamos pregas, babados e drapeados para produzir um efeito luz e sombras." E o resultado é uma coleção inspirada no impressionismo. Mas a base de toda sua criação é o romantismo, que aparece também nas estampas floridas, e nos babados e bordados, dos tecidos lisos. Os longos aparecem até mesmo na moda praia que Amir Slama mostrou nas passarelas da semana de Nova York, ao som de bossa nova. Ele fez kaftans, espécie de túnicas esvoaçantes, com cara de anos 70. Sua paleta de cores, no entanto, foi mais discreta. Apostou no verde, marrom e no branco-sujo, mais conhecido no mundo da moda como off-white. Hoje é a vez de Carlos Miele, que também vai mostrar seus vestidões, ao som de Seu Jorge e do DJ Marky. Longe do glamour nova-iorquino, grifes menos badaladas, caso da Guria, que nasceu no litoral norte de São Paulo há quatro anos, colocou nas araras vestidos até os pés. Mas isso não quer dizer que a minissaia tenha se retirado de cena da praia ou da cidade. Tem formas, tecidos e comprimentos para todos os gostos. MODA PARA TODOS "Esse será o verão do estilo e não da moda. Tem de tudo", diz a consultora Glória Kalil. "Os estilistas não estão bebendo de uma fonte só. Inspiram-se em diversas décadas, e fazem coleções que oferecem um cardápio de produtos adequados a diferentes tipos de consumidoras." Entre as inspirações, os anos 70 fazem sucesso e não só com os vestidões. Acessórios pesados, caso de óculos grandes, sacolões e sandálias de salto de madeira ganham destaque. Tem ainda a bata, que virou peça básica, "a camiseta do guarda-roupa feminino", segundo Glória. "A mulher moderna precisa estar bem vestida e confortável o tempo todo. E a bata se presta bem a esse papel." Feita de seda, musselines e algodão, é a peça que continua nas ruas mesmo quando não é tendência dos editoriais ou passarelas da moda da estação.

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