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Sindicalista de SP acusado de ordenar a morte de colega

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-diretor-executivo do Sindicato dos Motoristas de São Paulo Marcos Antônio Coutinho da Silva acusou o presidente da entidade, Edivaldo Santiago da Silva, de ordenar o assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias, José Mendes Botelho, em 6 de março de 2001. Em entrevista à Rede Globo e no depoimento à Polícia Federal, Silva, que está refugiado no Nordeste, disse ter presenciado a reunião de Edivaldo com um grupo desconhecido, na qual este ordenou a morte do sindicalista. Ex-deputado federal pelo PTB e juiz classista no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Botelho morreu envenenado ao tomar um copo de água de uma garrafa que estava na geladeira do seu gabinete. Exames indicaram a presença de cianeto. "Era para dar um tiro de 12 nele (Botelho) para não ter escapatória", disse Edivaldo, segundo Silva. Ao perceber que ele teria ouvido parte da conversa, o presidente, segundo Silva, começou a pressioná-lo. Edivaldo Santiago não foi localizado, mas já avisou que vai processar o ex-diretor. De acordo com o atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias, Luís Alves Matos, a filha do sindicalista e funcionária da organização, Morgana Araújo, recebeu ameaças pelo telefone no dia em que o pai foi morto. "Ofenderam e perguntaram o que eu ainda fazia no sindicato." O caso foi inicialmente investigado pelo 5º Distrito Policial e depois, por pressão do sindicato, encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até hoje, não foi esclarecido. Matos, que era vice-presidente na época, disse ter ficado "surpreso" com a denúncia de ligação de Edivaldo com o crime. "O Botelho nunca falou dele para mim."

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