Sindicato apóia saída de camelôs da Paulista

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Sindicato dos Permissionários de São Paulo, que representa 1.820 dos 22,5 mil vendedores ambulantes que atuam na Capital, informou que apóia a decisão da prefeita Marta Suplicy, anunciada nesta sexta-feira, de retirar os camelôs que trabalham na Avenida Paulista, viadutos e passarelas da cidade e transferi-los para áreas restritas. Só na Paulista, segundo o sindicato, o número de ambulantes em atividade chega a 800. "A cidade estava em completo abandono e era preciso tomar medidas para mudar isso", disse a presidente do sindicato, Josefa Viana Nogueira Araújo. Josefa disse que se reúne ainda esta noite com diretores do sindicato para analisar a decisão da prefeita e discutir meios para evitar conflitos. "Espero que as alas mais radicais da categoria não queiram enfrentar a prefeitura, porque isso nunca é bom. Não existem soluções imediatas, mas temos que negociar", afirmou. O comércio e os bancos situados na Avenida Paulista também apoiaram a retirada dos camelôs do local. "Fica um amontoado de pessoas nas bancas em frente da agência e é difícil saber quem é trabalhador ou quem é marginal", disse a gerente do Itaú, Angélica Sanches. Segundo ela, os clientes do banco reclamam constantemente que os ambulantes atrapalham o tráfego dos pedestres. Vários deles também já foram assaltados justamente onde se concentram os camelôs, diz a gerente. Ewelyse Galli, assistente de gerência da banco BCN, acha que a iniciativa da prefeita pode trazer de volta muitos clientes que haviam encerrado ou transferido as contas para agências de outras localidades para não enfrentar o "tumulto" da avenida. "A Paulista está feia, cheia de mendigos, camelôs, sujeira. É bom que a prefeita libere um pouco as calçadas tirando esses ambulantes. Quem sabe a avenida volte a ser um ponto bom", afirma. Para o diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, embora a decisão seja boa para os comerciantes da Paulista, poderá prejudicar ainda mais os que têm negócios na região central. "A prefeita pode estar desvestindo um santo para cobrir outro", disse Solimeo. A partir de um decreto a ser publicado no Diário Oficial na próxima terça-feira, serão estipuladas as áreas de atuação dos ambulantes, como a Rua 25 de Março, o Largo 13 de Maio, o Largo da Batata e o Largo da Concórdia. "Nesses locais o movimento de camelôs já é intenso e acho difícil que seja possível acomodar todos", disse Solimeo. Segundo ele, a 25 de Março já tem sido muito afetada pela presença dos ambulantes - que atrapalham o tráfego de pedestres e de veículos - e não tem espaço para estar recebendo mais barracas.

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