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Sindicato de padarias tenta resgatar setor

Por Agencia Estado
Atualização:

O Sindicato da Indústria da Panificação do Grande ABC (SIPAN-ABC) lançará em São Caetano do Sul (SP), no mês de abril, o projeto-piloto "Valorização da Padaria" para tentar motivar os donos e funcionários de panificadoras a resgatarem o valor do estabelecimento junto à comunidade. Orçado em R$ 250 mil, o plano contará com cursos de panificação, confeitaria, administração, lay-out de vitrine, higiene na manipulação de alimentos, custos industriais e qualidade de atendimento ao cliente. O projeto foi idealizado em parceria com a Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria do Grande ABC e conta com o apoio do Sebrae, Fiesp/Ciesp e Senac. O SIPAN-ABC também já conseguiu acertar a colaboração de empresas privadas como a Leite Paulista, a Santista e a Flashman Royal, e está costurando acordos com a Souza Cruz e Coca-Cola. Segundo o presidente do SIPAN-ABC, o projeto começa no dono da padaria. "Queremos que ele acorde porque nos últimos cinco anos o setor de panificação vem tendo queda no consumo e vendas, o que levou ao fechamento de 30% das padarias da região do ABC", diz Antonio Carlos Henriques. Ele explica que, além de terem sido prejudicadas pela situação econômica instável do País as panificadoras foram engolidas pela entrada de setores mais agressivos do varejo, como supermercados, lojas de conveniência e redes de fast food. O presidente do sindicato calcula que, desde 1998, as padarias estejam amargando queda no faturamento. "Eu diria que 90% das panificadoras não fecharam no azul nos últimos dois anos". Para tentar reverter esta situação, o SIPAN-ABC convida as padarias a aderirem ao projeto. Segundo Henriques, o objetivo é atrair 800 panificadoras da região do ABC, que engloba os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. "O projeto é bastante audacioso. Apesar de começar em São Caetano, os planos são de levar para o Brasil inteiro", diz o presidente do sindicato. Selo de qualidade - Henriques lembra que as padarias não arcarão com custos. "No máximo, terão de passar uma tinta na parede ou lavar o chão para manter a higiene, porque os cursos somos nós (sindicato e parceiros do projeto) que vamos pagar", explica. Segundo ele, o projeto levará cinco meses e, assim que começarem a surgir resultados, o sindicato pretende contatar a prefeitura de São Caetano e a Vigilância Sanitária para avaliarem as melhorias nas panificadoras. "Quero criar um selo que dê uma nota às padarias", diz Henriques. Ele explica que, durante a vigência do projeto, o sindicato elaborará pesquisas sobre o grau de satisfação dos clientes e o comportamento das vendas e do faturamento das panificadoras. "Nossa intenção é ir buscar o que perdemos para o mercado. O setor de padaria tem que estar ligado à imagem européia. A idéia é resgatar o setor de panificação, prejudicado por muita gente que entrou no ramo com a ilusão de que ganharia muito dinheiro". Segundo ele, só na região do ABC, passam pelas padarias, diariamente, de 500 a 700 mil pessoas, e a idéia é aumentar ainda mais esta margem.

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