Sindicato dos Correios mantém greve em São Paulo

Às 10h desta sexta-feira é o prazo para funcionários e empresa chegarem a acordo

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Por Felipe Maia e da Agência Estado
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Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em São Paulo decidiram manter a greve da categoria, que já dura uma semana. Em assembléia do Sindicato dos Funcionários dos Correios em São Paulo, realizada na tarde de quinta-feira, 20, na Praça da Sé, região central da capital, os trabalhadores recusaram a proposta oferecida pelo vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Milton de Moura França.   De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato de São Paulo, cerca de 80% das pessoas presentes na assembléia recusaram a proposta, que consiste em reajuste salarial de 3,74%, abono salarial de R$ 500, além de aumento linear de R$ 60 a toda a categoria a partir de janeiro. "O pessoal não aceita essa proposta, então amanhã (sexta-feira) teremos de ir para o julgamento mesmo", afirma Mizael Cassimiro, secretário de imprensa do sindicato.   Os valores foram assumidos na quinta-feira pelo ministro Moura França como sua proposta, depois que os Correios retiraram os termos apresentados na quarta-feira, que continham exatamente os mesmos benefícios. O ministro concedeu prazo até as 10h desta sexta-feira, 21, para que funcionários e empresa cheguem a um consenso, quando haverá nova reunião no Tribunal, em Brasília. Caso isso não ocorra, o TST designará um relator para o processo, que irá a julgamento pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal.   Entretanto, de acordo com dados da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), é improvável que o acordo seja concretizado. Isso porque, dos 33 sindicatos que compõem a federação, 15 já recusaram a proposta, entre eles Alagoas, Amazonas, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná e São Paulo. Enquanto isso, nove ratificaram os termos, como Bahia, Rio de Janeiro e Brasília. Como pelas regras da Federação é preciso que 18 entidades aceitem a proposta para que ela seja aprovada, se os termos forem recusados por pelo menos um dos nove sindicatos que ainda não realizaram assembléias, não haverá acordo.   De acordo com Elias Gino, um dos sete integrantes da comissão de negociações, a proposta apresentada não é ruim. Entretanto, a categoria está demonstrando "sua revolta e insatisfação" pelas condições de trabalho dos Correios. "As pessoas se revoltaram, mesmo sabendo que podem perder no TST", afirma. O motivo da insatisfação, segundo ele, são os baixos salários e a carga de trabalho.

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