Só 12% das denúncias de tráfico são apuradas

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Por Agencia Estado
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Nos últimos quatro anos a Polícia Civil arquivou 88% das denúncias de tráfico envolvendo policiais e sobre os pontos-de-venda e de entrega de crack, maconha e cocaína. Um levantamento da Ouvidoria da Polícia constatou que das denúncias recebidas apenas 12% estão em andamento. O ouvidor Fermino Fecchio disse que decidiu preparar a análise depois das denúncias envolvendo, nos últimos meses, policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). O estudo foi feito com base nos registros de 1.º de janeiro de 1998 a 14 de maio deste ano. "A revelação ajuda a ter uma ampla referência sobre o que constitui esse tipo de crime e como as autoridades tem lidado com ele", afirmou o ouvidor. Pelos números da Ouvidoria, nos últimos quatro anos foram recebidas 1.585 denúncias sobre tráfico, 469 contra policiais que teriam participação na venda das drogas. As outras 1.116 eram pedidos para a intervenção nos pontos-de-venda. Fecchio relatou que sobre as denúncias consideradas procedentes foram adotadas pela Polícia Civil 207 providências. "Dessas, 39,7% resultaram na prisão de um provável traficante e, em 19,3%, o policiamento foi intensificado para coibir o tráfico." Quando ficou comprovado o envolvimento de policiais somente em 9,3% dos casos foram adotadas providências administrativas por parte da Corregedoria da Polícia Civil. "Estes números ganham uma dimensão mais grave nas 381 denúncias arquivadas sobre suposto tráfico com a participação de policiais. Do total arquivado, 22,7% simplesmente não foram apuradas pelas autoridades", informou Fecchio. Os assaltos seguidos de morte (latrocínio) têm aumentado nas cidades do interior do Estado. Na comparação dos dados de 2000 para 2001, a Ouvidoria constatou que as regiões mais violentas foram as de Bauru, Santos, Campinas, Sorocaba e Ribeirão Preto. A região de Sorocaba é a que mais preocupa em todo o interior com o aumento também dos roubos, homicídios e do tráfico de drogas. Para a Ouvidoria, a região de Campinas é a que tem situação mais grave em números absolutos.

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